Polícia invade igreja e prende cristãos por se reunirem “ilegalmente”, na China

Na China, as autoridades frequentemente acusam as igrejas que não estão registradas junto ao governo de “operar ilegalmente”.


Cristãos participam de culto em igreja na China. (Foto: China Aid)
Autoridades prenderam pelo menos três cristãos, depois de invadir uma igreja não registrada, na região de Xinjiang (China), na última sexta-feira (4).

Por volta das 23h (horário local), a polícia invadiu a igreja e levou detidos os cristãos que estavam no local. Do grupo, três pessoas foram condenadas a 8 a 10 dias de detenção por "se reunir ilegalmente".

Na China, as autoridades frequentemente acusam as igrejas que não estão registradas no governo de “operar ilegalmente”. No entanto, o artigo 36 da Constituição chinesa garante aos cidadãos chineses a liberdade de crença religiosa.

Perseguição sem precedentes

Apesar do fato continuar sendo alarmante, ele não é uma ocorrência isolada e sim quase que cotidiana em determinadas regiões da China, que com seu governo comunista tem apertado cada vez mais o cerco às religiões em seu território.

Exemplo desse cenário é que o governo do presidente Xi Jinping tem exigido a alteração de textos bíblicos e a inclusão de hinos comunistas nos cultos das igrejas chinesas. Além disso, autoridades estão removendo as cruzes dos templos e ordenando que fotos do governante sejam expostas nas paredes e fachadas das congregações.

Segundo a Comissão dos EUA sobre Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF), a intolerância religiosa na China está chegando a um nível tão alto que estão faltando parâmetros para mensurá-la.

Assim como nos últimos anos, o relatório divide os países em diferentes níveis, com recomendações de "Nível 1", representando países que a Comissão acredita que deveriam ser rotulados pelo Departamento de Estado dos EUA como "países de preocupação especial" (CPC). O rótulo CPC traz consigo a possibilidade de os países poderem enfrentar sanções ou outras conseqüências negativas.

O "Nível 2" identifica os países onde as violações da liberdade religiosa ocorreram, mas não atingiram a gravidade necessária para serem consideradas Nível 1.

"Como já foi dito várias vezes nesta manhã, temos os níveis 1 e 2 dos países que observamos", disse o comissário da USCIRF e ativista conservador social de longa data Gary Bauer durante um evento de lançamento no Capitólio, com a participação de um grupo bipartidário de parlamentares. .

“Se fôssemos classificar os países do Nível 1, a China estaria em uma categoria por si só [com relação ao] nível de perseguição religiosa. O país é um violador de oportunidades iguais”, acrescentou.

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