O reformador que fez a primeira tradução completa da Bíblia para o espanhol foi homenageado com um monumento na Espanha, país onde foi perseguido no século 16.
Inauguração da estátua de Casiodoro de Reina, em Santiponce, na Espanha. (Foto: Governo da Andaluzia) |
Um monumento em homenagem ao reformador protestante Casiodoro de Reina foi inaugurado pelas autoridades municipais de Santiponce, na província espanhola de Sevilha, em 29 de outubro.
Reina foi o autor da Biblia del Oso (A Bíblia do Urso), a primeira tradução completa das Escrituras para o espanhol, publicada no século 16.
Representantes políticos locais, provinciais e regionais, bem como lideranças evangélicas participaram de um evento modesto, mas emocionante . Segurança estrita e medidas de distanciamento social foram observadas devido à pandemia de Covid-19.
A estátua, esculpida em bronze e com base de granito, é obra do artista plástico Estanislao García Olivares. No monumento de 3,5 metros de altura, o reformador segura uma Bíblia aberta.
Em sua base, está escrito: “A Casiodoro de Reina e aos tradutores da Bíblia para o castelhano. À tolerância e à liberdade”.
Este é o primeiro monumento da Espanha em homenagem à memória de um protestante. Como um dos principais reformadores do país no século 16, Reina teve que fugir do monastério de San Isidoro del Campo, em Sevilha, devido à perseguição da Inquisição Espanhola.
Em sua jornada pela Europa, deu início à tarefa que se iria marcar seu legado: a tradução da Bíblia para o espanhol das línguas originais. Graças ao seu trabalho, milhões de pessoas em todo o mundo têm acesso às Escrituras em espanhol.
A Biblia del Oso é considerada pelos estudiosos uma das obras mais importantes da história da literatura espanhola.
O vice-prefeito de Santiponce, José Manuel Marín, disse que houve muitos obstáculos, mas o projeto se tornou uma realidade. “Não foi fácil financiar os custos. Agradecemos a todos os empresários, entidades e pessoas que, em tempos difíceis como este, se empenharam para que esta estátua se tornasse realidade”.
Além do monumento, foram impressos cerca de 3.000 exemplares de uma revista dedicada a Casiodoro de Reina.
O evento foi encerrado com uma palestra do historiador evangélico Antonio Simoni, que explicou a importância do reformador. “A última coisa que foi feita com Casiodoro de Reina aqui, foi queimá-lo como uma efígie. Mas hoje ele será homenageado a poucos metros de distância”, disse.