O ataque ao padre ortodoxo acontece após a morte de três pessoas em uma igreja e a decapitação de um professor por um aluno muçulmano na França.
Forças de segurança no local onde um padre foi baleado em Lyon, na França. (Foto: Maxime Jegat/MaxPPP/Zumapress) |
Um padre ortodoxo grego que estava fechando uma igreja em Lyon, na França, foi baleado no sábado (31) por um agressor armado com uma espingarda, segundo a Polícia Nacional da França.
Nikolaos Kakavelaki, um padre de 52 anos de nacionalidade grega, fechava sua igreja às 16h (horário local), quando foi atingido no estômago e foi internado em estado crítico. Ele realizou uma cirurgia e “passa bem”, disse um contato da família ao site Greek City Times.
A promotoria de Lyon disse no domingo (1º) que um homem que foi preso pouco depois do ataque, mas foi liberado por não haver nenhuma evidência de seu envolvimento. O agressor fugiu após o tiroteio e permanece foragido.
O motivo do ataque permanece desconhecido, segundo a polícia francesa. O Ministério Público de Lyon abriu uma investigação em coordenação com a promotoria antiterrorismo, diz comunicado.
O tiroteio aconteceu apenas dois dias após a morte de três pessoas em ataque em uma igreja de Nice, por um homem que gritou “Allahu Akbar!” (Deus é o Maior!); e duas semanas depois que um professor foi decapitado próximo a Paris por um muçulmano de 18 anos, após desenhos do Profeta Maomé serem exibidos em sala de aula.
Os ministros franceses haviam advertido que novos ataques de militantes islâmicos poderiam ocorrer. Após o atentado em Nice, o presidente Emmanuel Macron anunciou o aumento da segurança dos locais de culto e escolas pela força militar francesa, que receberia um reforço de 3.000 para 7.000 soldados.
Macron disse ainda que o país está sendo atacado por “loucura terrorista e islâmica”. Em entrevista à Al Jazeera, o presidente francês disse que a violência realizada por “alguns movimentos extremistas e indivíduos em nome do Islã” é “um problema para todos nós”.
Os cristãos franceses viram o ataque em Nice como um ataque à civilização francesa, disse Vincent Wastable, do grupo missionário SIM. Embora a maioria dos franceses não sejam cristãos praticantes, eles enxergam a Igreja Católica como uma parte importante da herança de sua nação.
“As organizações terroristas têm uma concepção errada do que é a sociedade francesa”, disse Wastable ao Christian Post. “Eles pensam que a sociedade ocidental é cristã, o que não é mais o caso. A sociedade francesa cresceu e se tornou secular”.
O Conselho Europeu condenou o "ataque terrorista" na quinta-feira como um ataque aos “valores partilhados” e apelou pela “compreensão entre as comunidades e religiões” em vez de divisão.