O secretário de Estado dos Estados Unidos tem sido um forte crítico da política da China em relação à liberdade religiosa.
Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, durante visita a Pequim em 2018. (Foto: Lintao Zhang/Getty Images) |
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, criticou no último sábado (26) o Partido Comunista da China — o único no governo do país — por não permitir a adoração livre a Jesus Cristo.
“Esta noite, estamos adorando Jesus Cristo livremente e bebendo vinho australiano — duas coisas que o PCC (Partido Comunista da China) não permite”, disse Pompeo no Twitter, acrescentando um apelo: “Lute pela liberdade”.
O post é acompanhado da imagem de um vinho e da Bíblia, que tem como destaque o trecho bíblico de 2 Coríntios 3:17, que diz: “O Senhor é o Espírito e, onde está o Espírito do Senhor, ali há liberdade”.
A prática do cristianismo é fortemente restrita na China, onde as igrejas devem pertencer a órgãos regulamentadores do governo para continuarem abertas. Caso contrário, a prática “clandestina” da fé pode resultar em prisões e demolição de prédios usados para os cultos.
Esta não é a primeira crítica aberta de Pompeo contra a restrição da liberdade religiosa na China. Em discurso no Values Voter Summit, uma conferência política conservadora realizada em setembro em Washington, ele falou sobre o sofrimento de “protestantes e católicos” no país.
“O autoritarismo quase sempre segue a opressão da religião. Tirar a religião da praça pública impulsiona a opressão, impulsiona os regimes autoritários. E por isso tornamos isso uma prioridade”, destacou.
Embora a livre adoração a Jesus seja ilegal na China, o secretário de Estado dos EUA depositou um toque de exagero quando mencionou a proibição do vinho australiano no país.
A China não proíbe a importação de bebidas australianas, mas este tipo de compra é fortemente desencorajado pelas altas tarifas do Partido Comunista.
Desde novembro de 2020, os impostos da China sobre o vinho australiano passaram a ser de até 212%, intensificando as tensões comerciais entre os dois países.
A decisão da China afeta diretamente o mercado de vinhos da Austrália, já que o país asiático respondeu por 39% das exportações de vinho australiano nos primeiros nove meses de 2020, de acordo com a Wine Australia.
As relações políticas entre a China e a Austrália se deterioraram este ano, especialmente depois que o governo australiano apoiou uma investigação global sobre as origens do coronavírus em abril.