Yang Hua já tinha sido preso pela polícia do PPC e cumprido dois anos e meio de prisão, durante uma repressão aos líderes e membros da Igreja Living Stone House, em 2019.
O pastor Yang Hua foi espancado por policiais do PCC e ficou gravemente ferido. (Foto: Reprodução/ Facebook Early Rain Convenant Church). |
O pastor Yang Hua, da Igreja Living Stone House, foi atacado pela polícia do Partido Comunista Chinês (PCC), em 24 de maio, um dia antes de viajar para visitar outros cristãos. O líder, que mora em Guiyang, na província de Guizhou, planejava ir a Qingdao, em Shandong.
Acredita-se que a polícia soube de seus planos de viagem e quis deter Yang o espancando e o deixando gravemente ferido.
De acordo com a International Christian Concern (ICC), os policiais que atacaram o pastor Hua não estavam de uniforme, mas à paisana, se identificando como representantes do Comitê de Assuntos Políticos e Jurídicos em nível distrital em Guiyang. Três outros oficiais ficaram parados, enquanto os policiais espancavam Yang.
O pastor chinês foi socorrido e levado de ambulância para o hospital, onde os ferimentos no pescoço e no ouvido foram tratados. O ataque provocou zumbido nos ouvidos e fez com que a pancreatite, que o pastor Yang já tinha, aumentasse. A saúde do líder continuará sendo monitorada pelos médicos nas próximas semanas.
Yang Hua já tinha sido perseguido pela polícia do PPC há dois anos, durante uma repressão aos líderes e membros da Igreja Living Stone House. Ele foi condenado a dois anos e meio de prisão e libertado em junho de 2019, após cumprir a sentença.
Aumento da repressão a cristãos na China
Episódios de agressão violenta contra pastores já se tornou comum na China, depois que o regime comunista implementou controle mais rígido para as igrejas. Segundo o The Christian Institute, a repressão aos cristãos cresceu com os novos regulamentos anunciados em novembro de 2020, incluindo o fechamento de aplicativos da Bíblia e sites cristãos no país.
As novas Medidas Administrativas para o Clero Religioso da China exigem que os líderes religiosos, aqueles autorizados previamente pelo governo, sejam registrados em um banco de dados nacional. Eles devem obedecer algumas regras, como pertencer a uma religião reconhecida pelo Estado, "apoiar a liderança do Partido Comunista Chinês" e não ser "dominados por forças estrangeiras".
Um pastor, que não teve seu nome identificado, relatou ao Christian Solidarity Worldwide (CSW), uma equipe de advogados que trabalha pelos direito à liberdade religiosa no mundo, afirmou que o PPC está determinado a tornar a religião "mais chinesa" e aumentar a “partidarização da religião" a fim de que a China seja unificada com "nenhuma crença religiosa".
O presidente e fundador da CSW, Mervyn Thomas, afirmou que os líderes cristãos e outras minorias religiosas que resistiram em seguir o novo regulamento "enfrentaram perseguições, ameaças e até sentenças de prisão" muitas vezes.