O filho de Celina Ishaku havia sido assassinado no dia anterior, durante ataque à uma comunidade cristã.
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O filho de Celina Ishaku foi morto por fulanis durante um ataque à sua aldeia. (Foto: ICC). |
A perseguição contra os seguidores de Jesus na Nigéria por militantes fulanis está cada vez mais violenta, aterrorizando as comunidades cristãs no país. Na semana passada, os radicais atacaram o velório de um menino que haviam assassinado no dia anterior, atirando contra as pessoas enlutadas.
O filho de Celina Ishaku foi morto por fulanis durante um ataque à sua aldeia, o mesmo grupo jihadista matou seu marido há dois anos.
“Fulanis mataram meu marido há dois anos e incendiaram minha casa”, disse Celina ao International Christian Concern (ICC), em meio às lágrimas. “Minha fazenda foi destruída há três dias, agora meu filho foi morto e minha casa pegou fogo novamente”.
O ataque aconteceu em 28 de julho nas aldeias NCHE-Tahu e Zanwra, em Miango, no distrito de Plateau. Os pastores fulanis destruíram cerca de 30 fazendas, queimaram 10 casas e roubaram mais de 100 animais e outros pertences de valor.
“Infelizmente, perdemos três jovens vibrantes e empreendedores para os ataques e emboscadas da milícia Fulani em Zagwra, em meio à destruição de muitas fazendas. Que Deus conforte a todos nós e que a alma dos mortos descanse em perfeita paz”, disse Nuhu Nga, secretário de Publicidade da Associação de Desenvolvimento Juvenil de Miango.
E continuou: “Ao que tudo indica, o inimigo não vai parar. É nosso desejo e oração que Deus, em quem confiamos, dê um fim a isso, pois é evidente que o governo e as agências de segurança estão tão desamparados quanto nós”, afirmou Nga.
Para o ICC, organização cristã que monitora a perseguição religiosa no mundo, a narrativa de que o conflito entre fazendeiros cristãos e pastores militantes fulani é simplesmente uma disputa por recursos não é suficiente para explicar a onda de violência na Nigéria. O nível de hostilidade nos ataques à cristãos por fulanis evidenciam que há motivação religiosa.
A Milícia Fulani já ultrapassou o Boko Haram como maior ameaça à cristãos na Nigéria. A maioria dos mais de 3460 cristãos mortos por sua fé em 2021 foram vítimas de fulanis.