Crianças cristãs são queimadas até a morte por Fulanis na Nigéria

Em agosto, ataques violentos à comunidade predominantemente cristã de Yelwa Zangam, deixaram 40 crentes mortos, incluindo 12 crianças.

Funeral de 28 de agosto pela Diocese Anglicana de Jos para 17 dos 33 cristãos mortos em 25 de agosto em Yelwa Zangam. (Foto: Reprodução/Facebook).

Jihadistas fulanis queimaram crianças durante vários ataques à comunidade predominantemente cristã de Yelwa Zangam, no estado de Plateau, na Nigéria, no mês passado.

De acordo com o International Christian Concern (ICC), os ataques violentos aconteceram em 15 e 25 de agosto, deixando 40 crentes mortos, incluindo 12 crianças.

No dia 15 de agosto, militantes fulanis mataram sete cristãos, três eram estudantes universitários. Uma das estudantes, Bitrus Danboyi, foi atacada quando voltava da igreja. “Islâmicos (radicais) mataram minha sobrinha enquanto ela voltava da igreja! Deixe o sangue dela falar!", disse a tia da jovem, Godwin Tengong ao Morning Star News. 

Daniel Dalyop, outro parente da jovem, a descreveu como uma mártir de Cristo. "Ela é realmente uma mártir. Nossa perda, mas ganho do Céu. Jesus continua sendo o Senhor", declarou.

Os jihadistas voltaram a atacar a comunidade cristã na noite do dia 25 de agosto. 16 cristãos foram mortos a facão e armas e 17 foram queimados junto com suas casas. As vítimas do incêndio criminoso ficaram irreconhecíveis e incluíam crianças e adolescentes, de quatro a 17 anos. Entre os adultos, estavam dois idosos, de 75 e 90 anos.

Perseguição violenta na Nigéria

No início de agosto, um orfanato na mesma região foi incendiado pelos radicais fulanis. A casa abrigava 147 crianças, que perderam seus pais em ataques anteriores do Boko Haram e Fulani. A equipe e as crianças conseguiram escapar a tempo e ficaram a salvo.

Conforme o relatório “Nigéria: Abordando a violência contra comunidades cristãs”, em 2018, os conflitos promovidos pelos fulanis foram seis vezes mais mortais do que os realizados pelo Boko Haram. 

Segundo o Portas Abertas, por causa do forte armamento e informações militares, acredita-se que os radicais fulanis sejam patrocinados por autoridades do governo da Nigéria. Muitos pastores andam armados para proteger seus rebanhos e são associados a estupros, roubos e violência comunitária.

De acordo com com Sociedade Internacional para as Liberdades Civis e o Estado de Direito (Intersociety, na sigla em inglês), uma ONG sediada na Nigéria, em apenas 200 dias, cerca de 3.462 cristãos já foram mortos por militantes Fulani e pelo grupo terrorista Boko Haram, no primeiro semestre de 2021.

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