Pastor alerta sobre o “treino” que está sendo feito com a humanidade antes da chegada do governo global.
O futuro das pessoas que não quiserem tomar a vacina tende a ser cheio de restrições, como já acontece em muitos países com a campanha mais adiantada. (Foto: Getty Images) |
Governos e empresas já estão anunciando regras para aqueles que não se imunizaram contra a Covid-19. A criação do chamado “passaporte da vacina” começa a tomar forma no Brasil e no mundo.
A proposta é que, para viajar ou entrar em lugares de convivência com outras pessoas, será exigido um documento (físico ou digital) que comprove a aplicação das doses que resguardam contra o coronavírus.
Alguns políticos e empresários vão um pouco além e já colocam em prática medidas que envolvem multa, demissão, redução de salários e corte de benefícios a quem optar por não ser vacinado.
Estamos diante de um “treino” para o governo global?
Um pastor influente nas redes sociais e que prefere não ser identificado, acredita que existe uma preparação para mudar a mentalidade das pessoas. “Nada acontece de uma hora para outra. Existe uma manipulação. Eles querem mudar a mentalidade das pessoas, e isso se alcança a longo prazo”, disse ao Guiame.
Ele explica que, dentro do contexto político, a estratégia é “não assustar as pessoas”, arquitetando uma forma de aceitação genérica. “As pessoas precisam aceitar as novas ordens sem causar resistência. Muitas coisas levam anos para serem implantadas”, lembrou.
Além disso, o pastor acredita que há forças malignas guiando algumas pessoas para introduzir uma “agenda” bem específica. “Toda ideologia está sendo inserida na sociedade aos poucos. Para isso, eles usam pessoas influentes e famosas, que estão sempre sorrindo nas propagandas”, apontou.
“Aos poucos, eles vão mostrando qual é o caminho e, com certeza, o inimigo está por trás disso tudo. Mas as pessoas acham que tudo acontece da noite para o dia”, disse ao referir-se à marca da besta. “Não é assim, pois tudo começa com uma ideia boa”, alertou.
De acordo com o pastor, quando chegar o tempo do governo global, aqueles que não aceitarem as imposições serão perseguidos e excluídos da sociedade.
“Os próprios cidadãos vão colaborar com o governo, como acontece hoje na China. Os chineses que colaboram com os governantes, delatando seus próprios vizinhos, são premiados através de um sistema de pontuação”, citou.
“As pessoas que não estiverem vacinadas serão apontadas também. Já estão criando essa exclusão, eu vi isso acontecendo na Alemanha, através de programa de TV. Infelizmente, é isso o que vai acontecer”, lamentou.
Países que apostam no “passaporte da saúde”
Enquanto a campanha de vacinação contra a Covid-19 avança, com a expectativa de ser suficiente para conter o impacto da variante delta, cada vez mais países são a favor de apostar no passaporte de saúde para viagens internacionais.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), por sua vez, tem criticado essa ideia e já se posicionou contra a obrigatoriedade de um “passaporte de vacinação da Covid”.
De acordo com o Correio do Povo, especialistas que aconselham a agência das Nações Unidas recomendaram em uma declaração que “não se exija prova de vacinação como condição de entrada” para viajantes internacionais, “dada a evidência limitada sobre a eficácia das vacinas para interromper a transmissão do vírus e a desigualdade persistente na distribuição global das vacinas”.
“Aconselhamos os Estados a reconhecerem que a exigência de um teste de vacinação pode acentuar as desigualdades e favorecer uma livre circulação discriminatória”, afirmam.
Embora a OMS seja favorável e esteja trabalhando em um “certificado digital de vacinação inteligente” para manter um registro global, eles garantem que é diferente de um “passaporte”, pois não seria uma exigência para se deslocar.
Mesmo assim, os governantes estão agindo a favor do passaporte. Veja a situação em alguns países:
Bélgica: alguns times de futebol criaram alas nos estádios para separar vacinados e não vacinados.
França: a restrição de circulação de pessoas não vacinadas foi o gatilho para vários protestos nas últimas semanas.
Estados Unidos: a situação varia de acordo com cada lugar. Em Nova York, por exemplo, a partir de setembro será exigido um documento que comprove a vacinação de trabalhadores e consumidores em qualquer local fechado de uso comum, como restaurantes, academias e centros de entretenimento, como teatros e cinemas.
Paquistão: duas províncias, Punjab e Sindh, anunciaram que iriam bloquear o sinal de celular dos indivíduos que não aceitassem participar da campanha de imunização. Segundo uma reportagem do The New York Times, o ministro da Informação de Sindh, Syed Nasir Hussain Shah, classificou a recusa às vacinas como “inaceitável”. Os funcionários públicos dessas regiões do Paquistão que não participarem da campanha também não receberão mais os salários.
Israel: autoridades locais estabeleceram o “passe verde”, um documento necessário para ingressar em shoppings e museus. “Aqueles que não forem vacinados serão deixados para trás”.
Japão
O país asiático começou a emitir passaportes de vacinação em julho. No documento constará o nome do viajante, nacionalidade, número do passaporte e data de vacinação. Também haverá versões digitais.
Coreia do Sul
Desde julho, a Coreia do Sul começou a permitir a entrada de estrangeiros sem a necessidade de quarentena, sob a condição de demonstrar que foram vacinados com as duas doses da vacina covid-19. A exigência é que a vacina seja aprovada pela OMS, e os viajantes ainda devem se submeter ao teste covid-19 antes de viajar e após chegar à Coreia do Sul.
Portugal
O país está usando o programa de certificado digital da UE não apenas para reduzir as restrições de viagens, mas também para adicionar controles a certos estabelecimentos de hospitalidade.
Itália
Em 22 de julho, a Itália anunciou seus planos para a introdução de um passe verde obrigatório que entrou em vigor a partir de 6 de agosto. O passe foi projetado para evitar que pessoas não vacinadas entrem em locais fechados ou lotados.
Situação no Brasil
Com mais de um quarto da população vacinada com as duas doses, as discussões sobre o assunto começaram a ganhar força no país nas últimas semanas. Na capital carioca, as pessoas terão que apresentar um comprovante de vacinação em locais fechados de uso coletivo, como teatros, museus, cinemas, estádios e academias.
O documento também será necessário para a realização de cirurgias no sistema público e para o acesso a serviços de cidadania e transferência de renda do município. “Nosso objetivo é criar um ambiente difícil para aqueles que não querem se vacinar, que acham que vão se proteger sem a aplicação do imunizante e terão uma vida normal. Não terão”, disse o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.
Já em São Paulo, na gestão do prefeito Ricardo Nunes, o “passaporte da vacina” passou a ser exigido na cidade a partir de 1º de setembro, na entrada de shows, congressos, jogos de futebol e outros eventos com público superior a 500 pessoas.
Por ora, bares, restaurantes e shoppings da capital paulista poderão receber o público livremente. A médica Rosana Richtmann, do Comitê de Imunizações da Sociedade Brasileira de Infectologia, vê as medidas com bons olhos.
“É um direito do cidadão que foi vacinado não ser exposto a pessoas vulneráveis que possam transmitir o vírus num ambiente de risco”, declarou. “Falamos de uma doença com transmissão respiratória, em que o controle depende da atitude de toda a sociedade”, completou.
Os projetos, porém, são criticados pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Numa entrevista no dia 27 de agosto, ele afirmou que “o passaporte não ajuda em nada”. Ele disse que é contra “restringir a liberdade das pessoas, exigir um passaporte, um carimbo, querer impor por lei o uso de máscaras e multar as pessoas”.
Para Rosana Onocko Campos, presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), o Brasil não deveria pensar agora nos tais passaportes da imunidade.
O infectologista Dirceu Greco, professor emérito da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) concorda com ela. “Esses certificados podem dar uma falsa sensação de segurança, uma ideia de que o fato de estar vacinado e ter lugares abertos significam que não há mais risco de ser infectante ou de se infectar", interpretou.
O que diz a lei sobre a obrigatoriedade da vacina?
O ministro Ricardo Lewandowski, que foi o relator da questão, deixou claro que a vacina no Brasil é obrigatória, mas não é compulsória. Ou seja, é um dever do cidadão tomar as doses, “mas o poder público não pode pegar ninguém à força", resumiu.
Porém, o indivíduo que optar por não se vacinar pode ser proibido de embarcar em voos, de entrar em repartições públicas e de ingressar em comércios com potencial de aglomeração.
“Em suma, ninguém vai te obrigar a se vacinar, mas você precisa assumir as consequências de não cooperar com esse esforço coletivo”, disse Fernando Aith, advogado especialista em direito sanitário, à BBC News Brasil.
Vale destacar ainda que, na esfera privada, empresas brasileiras podem demitir por justa causa os funcionários que se recusarem a tomar a vacina. “O Tribunal Regional do Trabalho já deu decisões recentes nesse sentido. É um dever patronal proteger os trabalhadores, assim como é dever do funcionário resguardar os seus colegas”, acrescentou Aith.
Em julho, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, usou o termo “apartheid das vacinas” para descrever a situação. Ou seja: na maior parte do globo, as pessoas só não estão vacinadas por absoluta falta de doses, e não por uma escolha individual ou um posicionamento contrário aos imunizantes.