'Eu sou um milagre', diz paciente após ferro atravessar a lateral do seu pescoço

O homem foi ferido acidentalmente por uma arma caseira e chegou ao hospital com um ferro atravessado entre o pescoço e o crânio.

Na primeira imagem, Aldinailson com o ferro atravessado na lateral do pescoço; na segunda foto, ao lado do cirurgião geral Vinicius Savino, o paciente segura o ferro retirado na cirurgia. (Foto: Ascom HMS/Divulgação)

Após ter sido vítima de acidente com uma arma caseira conhecida por “bufete”, Aldinailson Pereira da Silva diz que está vivo por milagre. O ferro da arma se soltou e atravessou a lateral de seu pescoço.

O caso aconteceu no município de Monte Alegre, oeste do Pará, onde o homem de 29 anos precisou ser submetido a uma cirurgia delicada no Hospital Municipal de Santarém Dr. Alberto Tolentino Sotelo para retirada do ferro que ficou preso entre o pescoço e o crânio.

O paciente contou que após o acidente, ao sentir as pontas do ferro que atravessou a lateral do pescoço, o primeiro pensamento que teve foi de que iria morrer.

“Eu estava mexendo no bufete para caçar à noite, mas ele disparou, eu pensei até que tinham atirado em mim. O meu irmão e meu cunhado falaram que era o ferro da arma caseira. Todos ficaram desesperados, minha família estava perto. Quando eu toquei no ferro tive certeza que ia morrer, era só o que eu pensava”, contou Aldinailson, que é casado e tem 5 filhos.

Outro medo dele foi quanto a forma que a notícia chegaria até a esposa dele, pois ela está gravida de gêmeos e a gestação é de risco.

“Depois de algumas horas eu decidi que era melhor ligar, eu estava tentando manter a tranquilidade. Minha mãe também viu e todos começaram uma oração pela minha vida. Eu sei que sou um milagre”, contou Aldinailson.

“Ele é um milagre”

O paciente chegou ao HMS por volta das 2h da manhã. Aldinailson foi avaliado pelo médico plantonista que pediu uma radiografia do crânio, em seguida o cirurgião geral Vinicius Savino avaliou e solicitou uma tomografia computadorizada com reconstrução 3D. O cirurgião vascular Edvaldo Azevedo, também examinou o paciente e pediu uma ultrassonografia de partes moles.

 “Ele é um milagre, foi questão de menos de 1cm a distância da carótida interna, que é uma grande artéria que irriga o cérebro, se houvesse lesão nessa arterial ele morreria e não teria nem chance”, afirmou o cirurgião geral Vinicius Savino.

O cirurgião geral explicou que o ferro atravessou a região inframandibular, fixando-se atrás do pavilhão auricular direito e fez um inchaço no local. Os especialistas avaliaram que não havia comprometimento dos grandes vasos, entre eles, artéria jugular, artéria carótida interna e externa, veia jugular interna e externa, o que colaborou para que a cirurgia fosse um sucesso.

 “Eu tenho certeza que sou um milagre. Se não fosse Deus e a equipe de médicos e enfermeiros do Hospital Municipal de Santarém eu poderia ter morrido ou sofrido alguma sequela. Eu recebi por vários setores, imagem, laboratório, vários médicos e todos muito empenhados em salvar a minha vida”, concluiu o paciente.

Aldinailson recebeu alta na manhã no final de setembro, após ficar dois dias em observação pós-operatório.

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