A Associação Nacional de Conselhos Escolares está chamando os protestos dos pais cotra ideologias progressistas nas escolas de “crimes de ódio”.
Xi Van Fleet vê semelhanças na educação dos EUA com as ideias do Partido Comunista Chinês. (Foto: Reprodução/YouTube). |
Xi Van Fleet, uma sobrevivente do comunismo da China, está denunciando as “táticas comunistas” usadas pela Associação Nacional de Conselhos Escolares dos Estados Unidos e pelo Departamento de Justiça de Biden para silenciar os protestos de pais contra as políticas ideológicas nas escolas.
Fleet, que é mãe de um ex-aluno na Virgínia, afirmou que as ações que estão sendo tomadas nos EUA são semelhantes às do Partido Comunista Chinês, com o objetivo de impedir que os pais de alunos se manifestem.
“Quando eu estava na China, passei meus anos escolares inteiros na Revolução Cultural Chinesa, então estou muito, muito familiarizada com as táticas comunistas de como dividir as pessoas, como eles cancelaram a cultura tradicional chinesa e destruíram nossa herança. Tudo isso está acontecendo aqui na América", declarou a mãe à Fox News.
De acordo com a CBN News, a Associação Nacional de Conselhos Escolares (NSBA, na silga em inglês) solicitou ao presidente Biden que classificasse as manifestações de pais contra ideologias progressistas nas escolas como "terrorismo doméstico" e "crimes de ódio". A NSBA chegou a pedir que a USA Patriot Act, leis aplicadas em casos de terrorismo, fosse usada contra os pais manifestantes.
Logo depois do pedido da Associação, o procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, solicitou que o FBI investigasse os protestos dos pais, argumentando que havia necessidade de proteger os membros do conselho, professores e outros funcionários de escolas públicas.
Segundo Garland, houve "um aumento perturbador de assédio, intimidação e ameaças de violência contra administradores escolares, membros do conselho, professores e funcionários que participam do trabalho vital de dirigir o público de nossas escolas”.
Ameaças à liberdade de expressão
Para Xi Van Fleet, as medidas contra os pais são uma tentativa de combatê-los. "Eles os chamam de racistas há muito tempo, mas isso não funcionou", disse Fleet, se referindo aos pais que protestaram contra a teoria crítica racial. "Então, eles têm que os tornar 'terroristas domésticos'”.
Harry Jackson, presidente da Associação de Pais, Alunos e Professores da Thomas Jefferson High School, no condado de Fairfax, Virgínia, relatou que os pais de sua comunidade ficaram com medo após o anúncio do governo.
“Eu posso entender os pais que não querem falar na frente dos membros do conselho escolar sobre suas preocupações, porque agora há um medo. Eles instauraram medo nos pais. Eles criaram medo entre a comunidade na qual você deveria servir e apoiar”, disse Jackson.
Van Fleet incentivou os pais a não se deixarem intimidar. “Isso é sobre seus filhos. Para mim, estou lutando porque se trata do nosso futuro. O futuro deste país. Portanto, não podemos ser intimidados. Devo dizer que o tiro sairá pela culatra. Se a intimidação funcionar, a América caiu há muito tempo", afirmou a mãe.
Xi Van Fleet fugiu da China aos 26 anos e seu filho se formou num colégio público em Loudoun, nos EUA, em 2015. Fleet protestou contra o ensino da Teoria Crítica de Raça nas escolas ao enxergar semelhanças com o regime comunista de Mao Zedong.
“O regime comunista usava a mesma teoria crítica para dividir as pessoas, a única diferença é que eles usavam classe em vez de raça. Durante a revolução cultural, testemunhei alunos e professores se virarem uns contra os outros. Mudamos os nomes das escolas para serem politicamente corretos. Fomos ensinados a denunciar nossa herança. Os guardas vermelhos destruíram tudo que não fosse comunista, velhas estátuas, livros e tudo mais", afirmou Fleet.
No ano passado, diversas estátuas históricas dos EUA foram demolidas ou vandalizadas por manifestantes do Black Lives Matter ou da Antifa, e várias escolas tiveram seus nomes renomeados.
Para Xi Fleet, é doloroso presenciar ideias comunistas sendo adotadas em um país livre como os Estados Unidos. “Para mim e para muitos chineses é de partir o coração que escapamos do comunismo e agora vivemos o comunismo aqui”.