Israel irá classificar cidadãos gentios como 'judeus estendidos'

A mudança fará com que o Escritório Central de Estatísticas de Israel (ECEI) elimine a categoria “outros” nas publicações oficiais sobre demografia.

Imagem ilustrativa de pai e filho no Muro das Lamentações. (Foto: Anton Mislawsky/Unsplash)

Com as mudanças no censo de Israel, os cidadãos do país serão classificados em duas principais categorias: judeus ou árabes. Por conta disso, todos os gentios (ou seja, não-judeus) que não são árabes passam a ser rotulados como “população judaica estendida”.

A mudança fará com que o Escritório Central de Estatísticas de Israel (ECEI) elimine a categoria “outros” nas publicações oficiais sobre demografia, após o pedido de um ministro israelense, que temia que a palavra desencoraje os incluídos nela.

A categoria “judaico estendido” incluirá qualquer cidadão que não seja árabe e nem judeu, de acordo com a lei religiosa judaica. O ECEI também irá classificar grupos que não são culturalmente judeus nem árabes na categoria estendida.

Isso significa que pessoas de outras religiões que obtêm a cidadania se casando com israelenses ou imigram sob a Lei do Retorno — que estende a cidadania a qualquer pessoa com um avô judeu — serão considerada judeus estendidos.

A antiga categoria “outros” compreende até 4,6% da população israelense. A nova designação é principalmente estética e não afeta as classificações no Ministério do Interior de Israel, que permanecem inalteradas.

No final de 2020, 415.147 israelenses foram classificados como “outros”. Entre estes, 91,4% não possui nenhuma religião registrada no cadastro populacional e 8,6% são registrados como cristãos.

Dentro dos “outros”, 60,4% têm direito à cidadania israelense pela Lei do Retorno; o restante imigrou para Israel como parte da reunificação familiar.

Mudança em Israel

A mudança foi feita como resultado do apelo do ministro da Inteligência, Elazar Stern, ao chefe estatístico e diretor-geral do ECEI, professor Danny Pepperman.

Stern pediu a mudança depois de perceber um relatório do ECEI no período que antecedeu o Ano Novo judaico em setembro, que dividia a população entre judeus, árabes ou “outros”.

Ele alegou que Israel tinha o objetivo de converter não-judeus que imigram e argumentou que colocá-los em outra categoria poderia afastá-los, informa o jornal o Times of Israel. O Comitê Consultivo do ECEI aceitou a proposta de Stern em dezembro de 2021.

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