Cristão convertido do islamismo volta à prisão duas semanas após ser solto, no Irã

Havia esperança de que a decisão da Suprema Corte abrisse caminho para que os cristãos iranianos não precisassem mais temer a prisão.

Prisão de Abdolreza Ali-Haghnejad foi retomada por nova sentença de um dos juízes da Suprema Corte iraniana. (Foto: Reprodução / Artigo 18)

Apenas duas semanas após a libertação sob fiança de nove cristãos convertidos, aguardando uma revisão de seu caso ordenada pela Suprema Corte do Irã, um deles já está de volta à prisão graças a uma decisão de um ramo diferente de juízes da Suprema Corte.

Abdolreza Ali-Haghnejad, conhecido como Matthias, foi alvo de várias prisões desde 2006, e sua última detenção está relacionada a uma sentença anterior de seis anos de prisão que foi anulada em apelação em dezembro de 2014.

Matthias foi condenado pelo suposto crime de fazer “propaganda do Cristianismo”.

Agora, mais de sete anos após sua absolvição Matthias foi convocado repentinamente para o “Escritório de Execução de Julgamentos” em sua cidade natal de Bandar Anzali, norte do Irã. Ali ele foi informado de que deveria ser transferido imediatamente de volta para Anzali. Prisão da qual foi libertado em 30 de dezembro, após um juiz da Suprema Corte anulou a decisão do tribunal de apelação de sete anos.

Revisão do caso

O elemento mais surpreendente da repentina nova prisão de Matthias é a semelhança da acusação tanto no caso antigo, do qual ele já foi absolvido, quanto no novo, que foi enviado para revisão apenas dois meses atrás.

Em sua decisão de 3 de novembro de 2021, um juiz da Suprema Corte declarou que “meramente pregar o cristianismo e promover a 'seita evangélica sionista', ambos aparentemente significando propagar o cristianismo por meio de reuniões familiares [igrejas domésticas], não é uma manifestação de reunião e conluio para perturbar a segurança do país, seja interna ou externamente”.

Portanto, concluiu o juiz, um Tribunal Revolucionário não deveria ter condenado Matthias e outros oito cristãos a cinco anos de prisão cada.

Mas agora um juiz diferente de um ramo diferente da mesma Suprema Corte questionou uma absolvição de sete anos porque essa mesma atividade – “propagação do cristianismo” – de fato mereceu a punição originalmente decretada.

Havia esperança de que a decisão da Suprema Corte de novembro pudesse abrir caminho para que os cristãos iranianos não precisassem mais temer a prisão apenas por se reunirem para adorar ou compartilhar (“propagação”) de sua fé.

As notícias de hoje dão um sinal claro de que tal abrandamento da abordagem geral do regime aos cristãos convertidos permanece altamente improvável.

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