Polícia no Laos ameaça pregar mãos e pés de cristãos que se reunirem para adorar

Em seis aldeias, as autoridades proibiram os crentes de se reunirem com mais de cinco pessoas para cultuar.

As autoridades ameaçaram prender Kanoa, de 14 anos, se ele continuar a adorar Jesus. (Foto: The Voice of the Martyrs).

As autoridades policiais do Laos, um país comunista do Sudeste Asiático, ameaçaram pregar as mãos e os pés de cristãos que se reunirem para adorar, em seis aldeias.

No final de outubro de 2021, a polícia comunicou que os seguidores de Jesus estavam proibidos de compartilhar o Evangelho e que menores de 17 anos estavam proibidos de seguir a fé cristã.

Os oficiais vasculharam a casa de todos os crentes nas seis aldeias e removeram cruzes penduradas nas paredes das residências. A polícia também fotografou cada cristão para registro.

Além disso, as autoridades informaram que a comunidade cristã não poderia se reunir em grupos de mais de cinco pessoas para cultuar. Caso contrário, seriam “pregados nas mãos e nos pés” ou mortos a tiros.

Em uma das aldeias, um adolescente de 14 anos, chamado Kanoa, foi detido pela polícia e ameaçado de prisão se continuasse frequentando a igreja e adorando a Jesus. 

A Voz dos Mártires, uma organização cristã que monitora a perseguição no mundo, está pedindo orações pelos cristãos no Laos, um país perseguido.  

  “Ore para que Kanoa e os outros aldeões crentes cresçam em sua fé apesar do medo que sentem. Ore para que outros na aldeia ouçam o Evangelho e sejam inspirados pela fidelidade desses cristãos ao enfrentarem a perseguição”, afirmou a organização.

Perseguição no Laos

O Laos está em 26º na Lista Mundial da Perseguição 2022 da Missão Portas Abertas. Embora o governo comunista do Laos nominalmente garanta liberdade religiosa para todos os cidadãos, na realidade os cristãos são rotineiramente evitados pelos habitantes locais e enfrentam o assédio das autoridades. 

O regime promulgou recentemente o Decreto nº 238 sobre Associações, que permite às autoridades locais restringir o funcionamento de associações civis e religiosas, incluindo igrejas.

Outras leis também são usadas para colocar restrições às práticas religiosas, incluindo a realização de cultos de oração, a ordenação de líderes religiosos e a livre circulação de crentes.

“O governo usa toda a máquina administrativa até os anciãos das aldeias para evitar que as pessoas se tornem cristãs ou punam quem ousar”, disseram alguns cristãos do Laos, segundo uma organização cristã estrangeira.

O cristianismo é frequentemente apontado por restrições especiais porque a fé há muito tempo é retratada pela propaganda oficial como uma religião estrangeira que foi importada para o país por missionários de potências coloniais, incluindo os Estados Unidos, cuja guerra com o Vietnã resultou em destruição em grande escala do Laos durante campanhas de bombardeio massivas destinadas a desenraizar guerrilheiros comunistas das selvas.

Sem direitos básicos

Os cristãos muitas vezes são privados até de direitos básicos, de acordo com grupos de direitos estrangeiros e organizações cristãs.

“Os cristãos geralmente têm dificuldades para sustentar a si mesmos e suas famílias, pois muitas vezes não conseguem empregos - a maioria dos quais está disponível por meio do governo”, diz The Voice of the Martyrs.

“Os cristãos geralmente não recebem tratamento médico, educação e outros serviços sociais. Frequentemente ocorrem prisões de crentes, resultando em detenções que duram em média até uma semana”, explica.

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