Rebekah sofreu queimaduras de terceiro grau quando sua igreja foi um dos vários locais atacados no Sri Lanka no domingo de Páscoa de 2019.
Rebekah em seu casamento com Kaushik; ao lado, após sofrer queimaduras durante ataque em 2019. (Foto: Reprodução / Open Doors) |
Rebekah foi uma das vítimas do ataque realizado por terroristas islâmicos no Domingo de Páscoa, que matou 30 pessoas em 2019. A jovem ficou gravemente ferida com queimaduras que atingiram, inclusive, seu rosto.
Para piorar o drama de Rebekah, ela perdeu três de seus parentes próximos no ataque feito por homens-bomba no Sri Lanka, no domingo de Páscoa.
Durante o ataque Rebekah sofreu queimaduras de terceiro grau quando sua igreja se tornou alvo dos vários ataques num dia de celebração que acabou se transformando em uma grande tragédia, com três igrejas entre os seis locais visados por homens-bomba (os outros três locais eram hotéis).
Mais de 250 foram mortos nos ataques coordenados e muitos outros ficaram feridos.
Cura e força
Rebekah estava na Igreja Zion em Batticaloa quando foi atacada. Sua irmã, cunhado e sobrinho foram mortos e ela sofreu queimaduras de terceiro grau. Isso afetou muito Rebekah, tanto mental quanto fisicamente. Ela passou várias semanas em terapia intensiva e passou por várias cirurgias.
Após receber alta do hospital, Rebekah começou a cuidar de sua sobrinha e sobrinho órfãos, enquanto sofria a perda de seus entes queridos. Ela contou aos parceiros locais do Open Doors (Portas Abertas) que lutava para celebrar ocasiões como Natal e aniversários porque a dor era muito grande.
Ao entrar em contato com Rebekah e sua família para oferecer apoio, os parceiros da Open Doors testemunharam a cura que Deus está trazendo para Rebekah, além de ajudar a jovem a se tornar uma mulher de força e coragem.
É uma prova da maneira como Rebekah se apegou a Jesus durante todo o seu sofrimento. “Tenho tanta paz no meu coração”, ela declarou em uma entrevista há dois anos. “Sei que Deus faz tudo para o nosso bem porque experimentei isso em minha vida.”
“Quero testemunhar sobre o que aconteceu conosco e testemunhar quem é Jesus”, continua Rebekah, que adora louvar. Em uma música, ela declara: “Esta é a graça do Calvário. É visto através de Suas feridas. Veja, o Senhor Jesus suportou essas dificuldades por você. Sangue inestimável está fluindo continuamente. Ele pagou um preço caro, para lhe dar valor. Esta é a graça do Calvário."
Encontrando o amor
Rebekah conheceu seu marido, Kaushik, no Facebook depois que ele entrou em contato com ela em resposta a uma música que ela havia publicado na plataforma.
“Eu normalmente não aceito pedidos de amizade de pessoas que não conheço, então eu estava muito relutante em aceitar”, contou Rebekah. “Mas acabei aceitando e começamos a conversar.”
Kaushik, que é filho de pastor, se tornou o marido de Rebekah.
“Estou indo muito bem!”, ela diz. É um belo lembrete de como Deus pode trazer esperança das cinzas – assim como Ele fez naquele primeiro domingo de Páscoa há mais de 2.000 anos.
Depois de orar sobre o relacionamento, as famílias do casal se conheceram. “Uma das minhas preocupações era a diferença cultural”, continua Rebekah. “Batticaloa e Jaffna [de onde Kaushik é] são muito diferentes, e as pessoas dessas duas áreas nem sempre se dão bem. Mas quando fomos a Jaffna para conhecer sua família, era um ambiente totalmente diferente para todos nós. Eles não nos trataram como estranhos. Eles nos receberam tão calorosamente como se fôssemos da família.”
As duas famílias mais tarde aprovaram o casamento e alguns meses depois Rebekah e Kaushik se casaram. “Meu marido também me dá muito apoio emocional. Mesmo com toda a dor que passamos, ele e sua família nos aceitaram com tudo isso. Ele é muito gentil com Debbie e Rufus também [sua sobrinha e sobrinho], também o amam.”
“Se a explosão da bomba da Páscoa nunca tivesse acontecido”, continua Rebekah, “acho que nunca teria conhecido uma família assim. Deus tem um plano e um propósito em tudo. Se alguém está correndo em uma corrida de 100 metros, deve correr primeiro para saber se vai ganhar ou perder no final. Quando enfrentamos dificuldades, devemos permanecer fortes e esperar para ver o que Deus fará no final.”
O casal está começando a vida de casado em Jaffna, que fica no extremo norte do país. As primeiras semanas foram difíceis para Rebekah porque é mais quente em Jaffna, e ela demorou um pouco para se acostumar com o novo clima, mas sua nova família está cobrindo-a com amor e carinho. “Não apenas meu marido, mas toda a família dele me ama muito”, acrescenta ela.
Rebekah inda precisa passar por mais cirurgias de reparação das cicatrizes deixadas pelas queimaduras, mas o casal diz estar ansioso para iniciar um ministério de Escola Dominical onde estão morando.