Jeferson Pillar alerta sobre o perigo de amar mais o dom do que a Deus

O cantor conta que as pessoas podem se perder quando buscam a glória para si mesmas.

“Quero ter experiência transformadora, quero ser convertido”, Jeferson Pillar. (Foto: Divulgação/Kacio Lira)

O cantor e compositor Jeferson Pillar conta detalhes sobre sua trajetória com Deus e admite que, durante um tempo, “fez parte da igreja sem se sentir Igreja”. Em entrevista ao Guiame ele relembra momentos de sua verdadeira conversão e fala sobre o dom que recebeu de Deus.

Aos 8 anos, já cantava e fazia parte do grupo “Desbravadores” da Igreja Adventista. “Foi minha primeira experiência com igreja e era uma válvula de escape, pois eu sofri maus tratos por parte de mãe e padrastos”, disse.

“Mas eles agiam assim por causa da cultura em que estavam inseridos. Minha mãe era muito jovem, tinha 15 anos de idade quando eu nasci, e também sofreu maus tratos. Ela só estava reproduzindo o que recebeu. Eu fiz diferente por causa do Evangelho”, explicou.

“Eu ainda não era convertido a Jesus, mas uma semente foi plantada em meu coração. Aos 14 anos, sai da igreja para cantar no meio secular, num grupo chamado Mega Boys, onde fiquei até os 20 anos”, citou. 

Experiência com Deus

Ao vencer no Concurso de Calouros da Band, “Sabadaço com Gilberto Barros”, Jeferson conta que teve a oportunidade de gravar um CD, mas preferiu abandonar tudo para voltar para Jesus.

“Cantamos bastante no Rio de Janeiro, muitas vezes com cantores famosos da época. Mas eu já não tinha no meu coração o desejo da fama e nem de provar para minha família que eu tinha conseguido vencer na vida”, destacou. 

Foi quando recebeu o convite de um amigo de infância para participar de uma programação para jovens. “Fui tocado pela música, pregação e recepção dos irmãos. Comecei então a estudar a Bíblia e tive uma experiência pessoal com a Palavra e com Deus”, disse.

Abandonar o sonho de cantar no grupo, no entanto, foi mais difícil. “Eu ainda era um menino, de 19 para 20 anos, e meu coração estava repleto de expectativas. Não foi fácil tomar aquela decisão”, reconheceu ao lembrar que lhe ofereceram benefícios, como apartamento e dinheiro para que ele não desistisse.

“Eles disseram que eu estava abandonando um sonho e atrapalhando o sonho de outras pessoas também. Mas fui firme em minha decisão e, no dia 9 de outubro de 2004, fui batizado e foi uma bênção”, continuou. 

“Não aconteceu de uma hora para outra”

Conforme o cantor, a conversão não é algo que acontece de repente: “Não aconteceu de uma hora para outra, foi gradativo conforme Deus ia falando e me ensinando através daquelas pessoas”.

As composições musicais começaram assim que Jeferson voltou para a igreja. Ele gravou seu primeiro álbum “Festa no Céu”, título da canção que conta um pouco sobre sua história com base em Lucas, capítulo 15.

Em 2016, produziu o álbum “Lugar de Origem”, com uma de suas músicas mais famosas “E Se…”. Segundo o compositor, suas músicas agora possuem uma teologia mais robusta e mais profunda.

“É perigoso amar mais o dom do que a Deus”

Durante sua caminhada dentro do propósito de Deus em sua vida, o cantor alerta sobre alguns perigos. “Como cantor o meu medo era amar mais o dom do que o doador do dom”, disse ao se referir a algo que acaba sendo muito comum entre cantores e artistas. 

Muitos se perdem buscando a glória para si mesmo. “Isso faz a gente se perder. Achar que você é o cara, é ruína. O orgulho leva a essa ruína e a única forma de se livrar disso é através da Palavra e da comunhão com Deus”, explicou. 

“Na verdade, todos os cristãos correm o mesmo risco, principalmente os que vão à igreja para ‘assistir ao culto’ e não cultuar a Deus”, disse também ao se referir às pessoas que vão ouvir um cantor e não ouvir a voz de Deus através das canções. 

Comunhão com Deus

Sobre o comprometimento com o Evangelho, o cantor destacou durante sua pregação no culto “O legado continua”, na sexta-feira do dia 8 de abril, que a geração atual precisa de um avivamento e para isso é necessário se comprometer.

“Não quero ser alguém que só decora textos bíblicos ou que só frequenta igreja, eu quero ter experiência transformadora, quero ser convertido”, disse. 

Jeferson compartilhou que só ter muito conhecimento não basta, é preciso ser humilde para utilizar o conhecimento para o bem da Igreja. 

“Eu me achava sabido demais e em vez de usar o conhecimento para abençoar, comecei a usar para vencer o outro”, disse ao se referir ao ambiente de competição que se tornou muito comum no meio cristão.

“Agradeço aos pastores que me fizeram enxergar que eu estava me transformando num ‘tolo sabido e vazio’ em vez de um convertido. Eles me ensinaram que mente informada não é sinônimo de mente transformada”, disse ainda. 

“Tirar nota 10 na prova de Teologia é algo que qualquer um de nós consegue fazer. O que não conseguimos fazer sozinhos é nos tornarmos novas criaturas”, concluiu.

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