Ele explica que o estudo abre a mente de crianças e adultos, gerando novas oportunidades.
Crianças orando. (Foto: Blog Compassion) |
“Há um ditado muito antigo que diz que você pode dar um peixe às pessoas, mas se você ensiná-las a pescar, elas ficarão muito melhores, porque não dependerão de você”, disse Jim Rawson que atua na “Compassion Australia”, uma organização cristã que ajuda no desenvolvimento de crianças em situação de vulnerabilidade.
Para Jim, a educação abre oportunidade. “Você nunca sabe qual pode ser o resultado, talvez um futuro Nelson Mandela”, disse ao citar o vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 1993.
Jim trabalha na sede em Queensland, onde investe na vida de crianças e jovens há mais de 50 anos. Com quatro diplomas em seu currículo, ele canalizou sua experiência pessoal testemunhando o poder da educação para criar oportunidades para crianças na Austrália e no mundo em desenvolvimento.
O ciclo da pobreza impede o crescimento
De acordo com o artigo do Eternity News, o ciclo da pobreza não apenas mantém as crianças presas fisicamente por falta de oportunidades e recursos, mas também as limita mental e emocionalmente.
Essa “pobreza da mente” resulta em desamparo e desesperança e é transmitida de geração em geração, restringindo a capacidade de uma criança de sonhar e alcançar um futuro que está além do que ela pode ver atualmente. Jim acredita que a educação é o divisor de águas.
“Quando você é educado, as opções se abrem para você. As crianças começam a ver que podem fazer melhor do que a mãe e o pai. A educação é a chave para abrir essas oportunidades”, ressaltou.
Testemunho
Jim relembra seu começo instável na educação, da reprovação no ensino médio e do seu primeiro ano na universidade. No entanto, uma vez que Jim começou a investir em sua educação, ele começou a aprender habilidades que o mantiveram em boa posição ao longo de sua vida adulta e carreira.
“Quando me tornei um cristão comprometido e comecei a mergulhar na educação, isso realmente começou a treinar meu cérebro”, compartilhou.
“Então, quando me tornei o chefe da União das Escrituras em Queensland, isso significava que meu cérebro havia sido treinado para organizar pensamentos, como pensar em questões e problemas, como trabalhar com problemas teológicos, resolver problemas com a equipe e assim por diante”, continuou.
Estratégias e atuação do ministério
O missionário inseriu a capelania no sistema escolar estadual em Queensland, onde também tem ministrado a Palavra por 22 anos, testemunhando várias vidas transformadas.
Ele já foi cuidador adotivo e mentor de vários estudantes universitários, alguns dos quais eram refugiados na Austrália e viu em primeira mão o poder da educação e do discipulado para ajudar as crianças a alcançarem todo o seu potencial dado por Deus.
Em meus 50 anos de ministério, descobri que semear na vida de crianças e jovens é a maneira mais eficaz de ministrar”, diz Jim ao observar que uma criança está mais aberta a mudanças e a novas ideias.
Para Jim, estabelecer uma base sólida para uma mente jovem é crucial para ajudá-los a romper com padrões destrutivos de pensamento e comportamento geracional.
Vidas transformadas
Jim conta a história de mudança de vida de um jovem que ele orientou em Ruanda chamado Jay. Jay viveu em oito campos de refugiados antes de chegar à Austrália quando tinha 13 anos.
“Ele não sabia falar inglês quando entrou na Austrália, mas em três meses aprendeu o suficiente para se matricular na escola”, relatou.
O diretor da escola colocou Jay sob sua asa e realmente abriu a porta para ele. “Jay acabou se tornando o líder da escola e se formou em Engenharia de Processos. Comecei a orientá-lo e Jay acabou se tornando um cristão”, disse.
Ao longo do caminho, o jovem, cujo objetivo era um dia punir e matar as 40 pessoas que mataram seus pais, teve uma transformação de coração e mente. Jim lembra que as prioridades de Jay mudaram quando ele encontrou o amor de Deus.
Atualmente, Jay, que não tem nem 30 anos, já investiu cerca de 40 mil dólares (mais de 200 mil reais) de seu próprio dinheiro em viagens e na compra de terras para uma escola em Ruanda.
“Esse é o poder da educação e do discipulado. Não queremos pessoas dependentes, mas capazes e muito inteligentes para sair do ciclo da pobreza. Nós apenas ‘ensinamos a pescar’ através da educação e elas podem até se tornar líderes em uma nação, fazendo uma enorme diferença”, concluiu.