Corte paquistanesa concedeu chance de pagar a fiança depois de três anos
A sentença para blasfêmia no Paquistão é a pena de morte ou prisão perpétua |
O cristão Stephen Masih foi preso em março de 2019 após um vizinho muçulmano acusá-lo de blasfêmia contra o profeta Maomé, nome sagrado para os muçulmanos. Uma multidão se juntou, atacou Stephen e sua família e incendiou a casa dele. A polícia interveio e prendeu o cristão por causa da falsa denúncia.
Stephen foi diagnosticado com transtorno bipolar e liberado sob fiança pela Alta Corte de Lahore em 31 de maio deste ano.
“Essa decisão da corte é uma vitória para a verdade e a justiça, já que Stephen estava preso por um crime que não cometeu. Houve um falso testemunho. Depois que pagarmos a fiança e ele estiver livre, não vamos desistir de provar a inocência dele para que, por fim, seja absolvido”, o advogado de Stephen comentou em entrevista.
Com a liberdade, aumenta a preocupação sobre a segurança de Stephen. “Depois que uma pessoa é acusada de blasfêmia no Paquistão, a vida dela fica em risco”, disse um líder cristão. Cristãos que foram inocentados das acusações de blasfêmia precisam sair do país porque a partir de então sua segurança não pode ser garantida.
Cristãos ameaçados
Assim como Stephen, outra cristã, Shaguftah Kausar, foi acusada de blasfêmia. Ela precisou fugir com o esposo para a Europa depois que foi inocentada. Aasiya Noreen, conhecida como Asia Bibi, foi com a família para o Canadá em 2019 pelo mesmo motivo.
Nadeem Samson, cristão detido sob acusação de blasfêmia por mais de cinco anos, foi liberto sob fiança também. O portal de notícias AsiaNews relatou em dezembro que seus parentes estão escondidos ou fugiram do Paquistão.
Sob as leis paquistanesas, insultar “o sagrado nome do profeta Maomé” é punido com pena de morte. Até hoje, ninguém foi executado por causa dessa lei, mas leis antiblasfêmia com frequência são usadas para estabelecer limites e perseguir as minorias religiosas no país. As leis “afetam a minoria cristã de todas as classes sociais no Paquistão”, segundo pesquisa da Portas Abertas. ”