Igrejas se unem à uma organização global de apoio aos refugiados e salvam mulheres e crianças de serem vítimas do tráfico humano.
Cristãos ucranianos reunidos em momento de oração. (Foto ilustrativa: Portas Abertas) |
O atual conflito entre Rússia e Ucrânia acelerou a maior crise de refugiados que a Europa já viu desde a Segunda Guerra Mundial.
Milhões de mulheres e crianças foram obrigadas a deixar suas casas. Homens foram obrigados a guerrear, deixando suas famílias e seus empregos.
Com a morte de seus maridos, muitas ucranianas estão espalhadas por toda a Europa em situações que as deixaram totalmente vulneráveis.
Elas conseguiram salvar suas vidas e a de seus filhos, mas o perigo ainda não acabou, traumatizadas e sem recursos, elas agora enfrentam o risco do tráfico humano.
Sobre o tráfico humano
Conforme explica a IJM — organização global de apoio a refugiados — é preciso que os cristãos se unam “para proteger as famílias do horror do tráfico humano, emquanto tentam reconstruir suas vidas em outros países”.
O tráfico na Europa, inclusive no Reino Unido, era um problema estabelecido antes da guerra. “Por meio do nosso trabalho antitráfico europeu, nos últimos dois anos, vimos a terrível realidade de pessoas vulneráveis traficadas para o Reino Unido para exploração sexual e trabalho forçado”, explicou um dos representantes.
“Agora, com milhões de mulheres e crianças em situações vulneráveis, mais pessoas estão em risco. E esse risco, provavelmente, só aumentará nas próximas semanas e meses”, apontou.
Ele explica que mulheres e crianças ucranianas estão viajando justamente por áreas na Europa conhecidas como focos de tráfico. “Os traficantes, que comumente enganam as pessoas com falsas ofertas de trabalho, hospedagem e dinheiro, agora têm um alvo fácil”, disse ainda.
Situação de vulnerabilidade favorece o tráfico humano
À medida que ficam sem renda e economias, os refugiados tendem a ficar desesperados, o que significa que são mais propensos a aceitar ofertas arriscadas.
“Muitos desconhecem o seu direito ao trabalho, acesso a cuidados de saúde e apoio financeiro na Europa, tornando-os ainda mais suscetíveis. Porém, há esperança, pois estamos em ação através de parcerias com igrejas, autoridades e abrigos na Romênia para proteger as pessoas do tráfico”, esclareceu.
“Juntos, estamos aumentando a conscientização sobre os riscos, fornecendo treinamento de proteção e conectando os refugiados a abrigos, acomodações e aconselhamento jurídico aprovados”, continuou.
Como os cristãos ajudam a combater o tráfico humano?
Uma forma de combater esse tipo de crime, conforme explica a IJM, é através de ações coordenadas.
“Uma igreja na Romênia, com apoio e treinamento da IJM, está administrando cinco centros de refugiados, oferecendo moradia, atendimento para traumas e apoio de longo prazo a centenas de refugiados”, contou.
“Os refugiados estão encontrando segurança e esperança à medida que os cristãos vivem sua fé por meio dessa oportunidade de amar nossos vizinhos e defender pessoas vulneráveis”, disse ainda.
“Estamos vendo a incrível diferença que esse suporte está fazendo. Uma assistente social da IJM, recentemente, ajudou a proteger uma mãe ucraniana com dois filhos pequenos que receberam uma oferta de acomodação de um homem que ela não conhecia. O homem não lhe deu um endereço, mas disse-lhe para encontrá-lo, para que ele mesmo pudesse levá-la até lá”, explicou.
“Não podemos parar agora”
Desesperada por um lar, a mulher chegou a aceitar a oferta do homem, até que contou a um membro da equipe de proteção da IJM, que o identificou como suspeito e o investigou.
A mulher desistiu da oferta e foi ajudada pela equipe. Agora ela está em segurança. “Somos muito gratos a Deus por já termos ajudado a proteger milhares de refugiados do tráfico e não podemos parar agora”, disse.
“É provável que mais famílias se encontrem em situações desesperadoras nas próximas semanas e meses. É vital que expandamos nosso trabalho antitráfico agora, para alcançá-los antes que os traficantes o façam”, destacou.
A manifestação de apoio e oração no início do conflito nos permitiu proteger mulheres e crianças. Agora temos outra janela crucial para prevenir o tráfico, e estamos pedindo aos cristãos no Reino Unido que nos ajudem”, concluiu.