Jennifer conta que, aos 8 anos, ouvia vozes, era obrigada a tomar sangue e ver cenas de sexo.
Jennifer Bonnette disse que agora está livre da dor e do sofrimento. (Foto: Captura de tela/YouTube The 700 Club) |
Jennifer Bonnette era apenas uma criança quando foi forçada pelos pais a participar de rituais satânicos. Ela conta que as memórias da infância são ruins e que há cenas que ela gostaria de esquecer.
“Lembro de uma cortina preta, enquanto descíamos por um corredor. Tinha um cheiro de morte com suor. Ainda me recordo dos pentagramas nas paredes e dos copos com os quais bebíamos sangue”, revelou.
Infelizmente, eram o próprio pai e mãe que a submetiam aos rituais satânicos, que incluíam ser estuprada por um parente próximo. Então, Jennifer não tinha quem a defendesse dessa violência, aos 8 anos de idade.
‘Eu cortava o próprio corpo, nas partes íntimas’
Ela conta que, na esperança de que o estupro pudesse parar de acontecer, ela cortava o próprio corpo nas partes íntimas, acreditando que isso resolveria de alguma forma.
“Houve coisas sexuais que eu tive que fazer e outras que eu tinha que ver, inclusive sacrifícios”, lembrou.
“Eu era estuprada com bastante frequência. Pensei que me cortando eles me deixariam sozinha”, contou ao relatar que ouvia vozes que diziam que ela era inútil e que nem mesmo Deus se importava com sua vida.
“Eu me odiava e eu nem sabia quem eu era sozinha. Na minha mente, eu pensava ser um erro e que Deus não me queria, então eu teria que vencê-lo”, explicou em lágrimas.
Cicatrizes do passado
Aos 9 anos, os abusos pararam, mas a dor e as cicatrizes permaneceram com ela nos próximos anos, se manifestando através de uma adolescente problemática e rebelde.
Aos 16, Jennifer engravidou e sua mãe a obrigou a fazer um aborto. Na sequência, a expulsou de casa. “Ela disse para eu nunca entrar em contato com ela ou qualquer pessoa da família", contou.
“E isso fez diferença para mim. Tipo, toda aquela raiva e ódio que sentia me impulsionaram a seguir em frente para sobreviver. Foi quase uma motivação que dizia: vou mostrar que eu consigo”, ela descreveu.
Mais dor e sofrimento
Jennifer, então, foi morar com a família do namorado e eles se casaram. Nos 16 anos seguintes, Jennifer viveu viciada em álcool e drogas. Seu marido a abusou física e sexualmente, às vezes deixando-a inconsciente.
“Eu não sabia que poderia obter ajuda e estava com medo. Ele ameaçava me matar se eu fosse embora”, explicou.
Aos 34 anos e mãe de 4 filhos, ela conta que, finalmente, teve coragem de fugir, levando consigo os dois filhos mais novos. Então, ela se viu ali, desprotegida, sem teto, tomando oxicodona — uma medicação analgésica potente — e injetando morfina.
Depois disso, ela se divorciou, mas perdeu a guarda dos filhos que foram parar num orfanato. Por mais 10 anos, Jennifer viveu viciada em drogas, entrando e saindo de hospitais psiquiátricos e clínicas de reabilitação.
‘As vozes persistiram’
“Eu ainda ouvia aquelas vozes gritando comigo, dizendo que eu era um erro, uma perdedora e a situação ficava cada vez pior”, lembrou.
Aos 44 anos, Jennifer se viu morando em seu carro e trabalhando como garçonete, onde conheceu uma mulher cristã. A mulher disse que Deus queria que ela fosse morar em sua casa.
“Ouvindo aquelas palavras, eu senti que talvez Deus quisesse me salvar. Parecia uma tentativa”, disse ao explicar que preferiu tentar mais uma vez a reabilitação. Mas a tentativa falhou de novo.
“Jesus me ofereceu paz”
“Um dia, eu estava de joelhos, chorando. Quando eu disse: Se Deus existe, se você é real, eu preciso de você, porque eu não consigo parar. Por favor, venha me ajudar”, contou.
Em seguida, Jennifer conheceu um pastor que a ajudou a entrar num programa de reabilitação com base na fé, chamado “Desafio Jovem”. Em pouco meses, ela então entregou sua vida a Cristo.
“Jesus me ofereceu paz. Então foi isso que me levou a acreditar que Jesus morreu na cruz por mim”, compartilhou ao contar que começou um programa de discipulado de 12 meses, que a ajudou a se livrar de seus vícios e a encontrar a cura do passado.
“Jesus me libertou totalmente das drogas e eu entrei por essa porta para me concentrar somente nele e me livrar de toda a dor e sofrimento, de todo tormento e opressão que eu vivia”, detalhou.
Processo de cura
“Eu vivi muito tempo sendo oprimida, e eles me ajudaram no processo de liberar todo medo e raiva que eu sentia. Eu sentia ódio do que vivi durante os espancamentos e rituais. Eles me ajudaram a passar pela dor e liberar isso”, contou.
Jennifer disse ainda que passou pelo processo do perdão. “Tive que aprender a perdoar e percebi que posso fazer isso, porque Jesus fez isso por mim. Eu tenho muita gratidão, pois Ele me salvou”, ressaltou.
Atualmente, Jennifer é casada com Bobby e se transformou numa ministra licenciada que trabalha com mulheres em um programa cristão de libertação dos vícios.
“Tudo o que eu tenho desejado por toda a minha vida, estou experimentando em Jesus Cristo. Agora sou livre e sinto paz. Ele é o único que pode salvar, libertar e curar. Há esperança e ela se chama Jesus Cristo”, concluiu.