A liberdade religiosa tem sido cada vez mais sufocada pelas autoridades radicais hindus.
Igreja totalmente queimada na vila de Kistaram, na Índia. (Foto: Portas Abertas) |
Mesmo estando nítida a situação dos cristãos na Índia, o governo insiste em negar que age com violência contra aqueles que se convertem ao cristianismo, como aconteceu na última terça-feira (23).
Em vários Estados, há prisão decretada para quem não segue as regras das autoridades hindus radicais — que sufocam cada vez mais a liberdade religiosa no país.
Há dezenas de relatórios provando a perseguição aos cristãos e milhares de reportagens mostrando que a situação piora a cada dia, conforme o International Christian Concern (ICC) — organização cristã que monitora a perseguição no mundo.
Ideologia política nacional
De acordo com Matias Perttula, diretor de advocacia da ICC, a comunidade cristã, na Índia, é alvo da ideologia extremista do movimento Hindutva — ideologia política nacional que prioriza o absolutismo étnico. Para os indianos radicais, o ideal é que toda a população seja hindu.
Para chegar a esse objetivo, os hindus radicais atacam igrejas, fazem ameaças e intimidam cristãos, além de boicotes sociais, espancamentos e prisões arbitrárias. Tudo isso tem se tornado “comum demais” para as minorias cristãs.
Semana após semana, organizações em todo o mundo relatam dezenas de ataques contra cristãos em toda a Índia e, conforme Matias, “em vez de abordar os graves abusos de direitos humanos que ocorrem em seu próprio país, o governo indiano parece mais interessado em manter uma imagem pública, que fale de uma sociedade harmoniosa e multi-religiosa”.
“As táticas da Índia são apenas uma fachada”
Independentemente dos fatos inegáveis, o procurador-geral da Índia, Tushar Mehta, afirmou recentemente que as noções de crescente perseguição e ataques contra os cristãos são baseadas em “fatos malfeitos e egoístas” e citou também artigos e relatórios como “mera conjectura”.
“Como grande parte da comunidade internacional está começando a perceber, as táticas da Índia são apenas uma fachada. O próprio fato de Mehta ter negado provas factuais levanta sérias preocupações se ele é ou não qualificado para o cargo de Procurador-Geral”, observou Matias.
“Suas práticas discriminatórias falam de uma crença mais ampla mantida em todo o governo indiano — uma onde a justiça é baseada na simples realidade da identidade religiosa de uma pessoa”, continua.
“Como os hindus praticantes continuam a atacar os cristãos impunemente, e os pastores e paroquianos são cada vez mais alvos da blasfêmia da Índia e das leis anticonversão patrocinadas pelo Estado, é impossível para qualquer um acreditar na verdade das declarações de Mehta”, destacou.
Matias lembra que o primeiro-ministro Modi é membro vitalício do grupo fascista Hindutva RSS e que ele pouco fez para resolver o problema em seu país.
“Nos primeiros dias de sua carreira, Modi era conhecido como o 'Açougueiro de Gujarat' quando ignorou um massacre antimuçulmano que resultou em uma proibição de viagem para os EUA. Foram atos de terror”, concluiu ao alertar que a perseguição aos cristãos está se tornando cada vez mais violenta.