Portas Abertas participa de mobilização por cristãos no Irã
Autoridades do Irã não aceitam as conversões ao cristianismo |
No Dia Internacional em Memória das Vítimas de Atos de Violência baseados em Religião ou Crença, lembramos especialmente das pessoas discriminadas e agredidas por causa da sua religião. Os cristãos iranianos são exemplos dessa realidade.
Nos últimos meses, a pressão sobre cristãos aumentou no Irã. As prisões e denúncias mobilizaram a Portas Abertas a fazer um apelo pedindo a total interrupção das “campanhas sistemáticas contra cristãos e outras minorias religiosas”. Cristãos de origem muçulmana são proibidos de participar das igrejas aprovadas pelo governo do Irã, por isso reúnem-se secretamente nas casas.
Encarcerados
No dia 30 de julho, agentes da inteligência prenderam um cristão recém convertido de 34 anos, Mohammad Golbaz, enquanto ele estava no trabalho, consertando motocicletas em Karaj, na região central do Irã. Os agentes o levaram para um local secreto e fizeram uma breve ligação para os pais dele no dia 3 de agosto. Até agora não há acusações oficiais registradas contra ele, mas quando questionado, o procurador do caso disse ao portal de notícias Article 18 que Mohammad era um “apóstata” e que ele vai permanecer detido “por mais um tempo”.
Outros cristãos iranianos viveram situações semelhantes. A Suprema Corte decidiu, no dia 3 de agosto, que o cristão Anooshavan Avedia, de 60 anos, teria que cumprir uma pena de 10 anos por “propaganda rebelde e por perturbar a sagrada religião do islã”.
Joseph Shahbazian, Mina Khajavi e Malihe Nazari também estão presos por serem cristãos. A soma das sentenças deles resulta em 22 anos de prisão por “organização e liderança de igrejas domésticas” que, segundo o governo, “perturbam a segurança nacional”. Além da prisão, quando livres os cristãos ficam com prejuízos sociais, perdendo oportunidades de emprego, por exemplo.
A Portas Abertas declarou que lamenta profundamente a decisão da Suprema Corte e que está “chocada pelos testemunhos de violações dos direitos humanos e julgamentos arbitrários que acontecem no Irã. Cristãos foram humilhados por juízes em tribunais que favorecem os agressores. As autoridades iranianas devem, com urgência, impedir as campanhas anticristãs no país que resultam em prisões, sentenças arbitrárias e apreensão de bens de cristãos e de outras minorias religiosas”.