Membros de igreja na China são espancados por resistir à pressão das autoridades

Os policiais chineses querem que os fiéis acusem falsamente os pastores de recolher doações ilegais.

Edifício do Governo Popular Municipal de Xian, responsável pelo fechamento da Igreja da Abundância. (Foto: Wikimedia Commons)

Há dois meses que o pastor Lian Changnian, Lian Xuliang e outra líder da Igreja da Abundância, Fu Juan, foram presos. Os três foram enviados para cumprir sentença em “prisão domiciliar” em local determinado pelas autoridades chinesas. 

Após a prisão, os membros da igreja foram abordados por policiais e, conforme notícias do Bitter Winter, assediados e espancados para que “colaborem com as investigações”, que se concentram nas doações.

O governo chinês tenta acusar os líderes de extorquir os membros pedindo dinheiro. Os fiéis, no entanto, seguem firmes com seus testemunhos, alegando que não foram pressionados a fazer doações e, muito menos enganados pelos pastores.

Pelo contrário, eles afirmam que a liderança da igreja sempre usou seu próprio dinheiro pessoal para ajudar os pobres e os idosos.

Sobre o fechamento da igreja

A Igreja da Abundância é considerada uma “igreja doméstica histórica” e existe em Xian, que fica na província de Shaanxi, há cerca de 30 anos.

Em agosto, a igreja foi fechada porque se negou a fazer parte da “Igreja das Três Autonomias” — um movimento patriótico chinês.

Agora, a Igreja da Abundância é apontada pelo governo comunista como uma “seita” e as investigações tentam acusar os líderes de supostamente “recolher doações ilegais”. 

Apelo dos familiares

Um novo apelo foi divulgado na última segunda-feira (17), pelos cônjuges dos líderes detidos. 

As esposas dos pastores Lian Changnian e Lian Xuliang, e o marido de Fu Juan, relatam que os três estão detidos em residências que o próprio governo designou, acusados de “fraude religiosa”.

No apelo, há também um alerta de que “alguns irmãos foram assediados e espancados” e “algumas irmãs foram agredidas verbalmente e intimidadas”.

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