Após ataques a igrejas e casas, mais de 500 cristãos indianos passaram o Natal deslocados

Muitos foram expulsos de suas comunidades e os pastores foram falsamente acusados de forçar conversões.

Cristãos indianos são cada vez mais perseguidos. (Foto representativa: Portas Abertas)

De acordo com a Portas Abertas, muitos cristãos que vivem no estado de Chhattisgarh, na Índia, não puderam comemorar o Natal por causa da violência e perseguição contra os cristãos no país.

Antes de chegar dezembro, os seguidores de Cristo já estavam enfrentando violência, vandalismo e boicote social. No dia 18 de dezembro, eles foram expulsos de suas comunidades.

Igrejas e casas foram destruídas, por isso mais de 500 cristãos passaram o Natal deslocados. Muitos novos convertidos foram obrigados a retornar ao hinduísmo, de acordo com a organização. Além disso, pastores foram acusados de forçar conversões com promessas falsas.   

‘Nossos direitos fundamentais e humanos estão sendo tirados de nós’

Com a perseguição, os cristãos deslocados protestaram em frente aos escritórios do governo indiano. 

Um documento foi enviado às autoridades afirmando o seguinte: “Os líderes das aldeias incitaram outros a nos ameaçar, assediar e nos agredir fisicamente, destruindo e roubando nossas colheitas e produtos. Também houve pedidos de boicote social, acusando os cristãos de atividades ocultas”.

Os indianos explicam que a onda de perseguição na região é algo recente e que pode estar ligada a motivos políticos. “Há gerações vivemos nessas aldeias sem qualquer discriminação, praticando pacificamente a nossa religião. No entanto, existem alguns líderes que estão incitando outros a atacar a nós e a nossa comunidade”, explicaram. 

Na denúncia ainda, os cristãos explicam que suas mulheres e seus filhos se tornaram alvos de comentários obscenos. “Nossos direitos fundamentais e direitos humanos estão sendo tirados de nós”, apontaram. 

Situação dos cristãos deslocados

Em péssimas condições — sem  infraestrutura, alimento, água ou roupas — os cristãos deslocados estão abrigados em estádios abertos e centros governamentais. Os feridos estão sendo tratados em hospitais do distrito. 

Esse cenário de perseguição à Igreja está piorando ao longo dos anos na Índia. Em 2022, com o foco voltado para a aprovação das leis anticonversão em nível nacional, os extremistas anticristãos e ultranacionalistas se sentiram mais à vontade para agir com violência contra as minorias religiosas. 

Cada vez mais, as comunidades cristãs estão perdendo seus direitos e os líderes são ainda mais ameaçados. Desde setembro, mais de 20 pastores indianos já foram presos sob falsa acusação de conversões forçadas ao cristianismo, nos Estados onde a lei anticonversão já prevalece.

“Onde chegamos em nome da religião?”, questionou um juiz indiano, reconhecendo a injustiça e a violência contra os cristãos e as minorias religiosas em seu país. 

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