Por que "Alegria para o Mundo" é para a vida e não apenas para o Natal

 Keith Getty explica por que esta canção clássica deve ser cantada durante todo o ano


"Joy to the World" tem sido cantada como uma canção de Natal amada por mais de 300 anos. Geralmente cantado como o hino final da maioria dos cultos sazonais, a sala se inunda de luz quando as velas são acesas e as vozes cantam a mensagem do Natal: "Alegria para o mundo, o Senhor chegou, que a terra receba seu Rei".

Mas Isaac Watts (1674-1748), o escritor da canção e renomado pai do hinário inglês, não pretendia que a canção fosse cantada apenas no Natal; foi originalmente escrito para ser cantado durante todo o ano.

As palavras não se concentram simplesmente na alegria que experimentamos quando olhamos para trás e celebramos a encarnação, elas também nos encorajam a olhar para frente, a descobrir a alegria que podemos encontrar refletindo sobre a nossa esperança futura, a segunda vinda de Cristo.

Watts, um prolífico escritor de hinos famoso por sua tradução métrica dos Salmos, usou o Salmo 98:4, "Gritai de alegria ao Senhora toda a terra", como base para a canção.

Watts acreditava que toda a Escritura aponta para Jesus Cristo (Lucas 24:44) e isso influenciou a maneira como ele escreveu seus hinos, particularmente aqueles baseados nos Salmos; ele queria fazer Davi "soar como um cristão", com uma perspectiva do Novo Testamento sobre o nascimento, morte e ressurreição de Jesus. Tanto no Antigo como no Novo Testamento, é Cristo que é a causa da celebração, aquele que provoca toda a terra a "gritar de alegria".

Uma das razões pelas quais a canção se tornou um clássico de Natal é porque o primeiro verso anuncia o nascimento de Cristo. E então, na linha, "que cada coração lhe prepare o quarto", ouvimos um eco do estalajadeiro que não tinha espaço para Maria quando o trabalho de parto se aproximava (Lucas 2:7). Justamente cantamos esta letra ao nosso próprio coração e aos dos outros como um convite a preparar espaço em cada um de nós para a boa nova do nascimento do Salvador.

O segundo versículo está repleto de lembranças de que o louvor a Deus deve estar sempre em nossos corações e em nossos lábios. Somos ordenados a cantar cânticos do Salvador e do seu governo e reinado. A frase "que os homens empreguem os seus cânticos" traz à mente quatro canções específicas, gravadas no Evangelho de Lucas, que proclamam e se deleitam no nascimento de Jesus. Maria engrandece e alegra-se na misericórdia de Deus; Zacarias canta um cântico de profecia de que Jesus cumpriria a promessa de Deus; os anjos "cantam" o pronunciamento da vinda de Cristo, e Simeão canta uma oração declarando que ele pode partir em paz agora que seus olhos viram a vinda do Cristo. Cada um desses relatos ressoa com a alegria de cantar o evangelho de Cristo.

O terceiro verso provavelmente não é familiar para muitos de nós, talvez por uma boa razão, já que as imagens de "a maldição" não se encaixam bem com a nossa inclusão da música como parte de nossas festividades de Natal.

"Não mais deixem que os pecados e as tristezas cresçam
Nem os espinhos infestem a terra
Ele vem para fazer fluir
Longe como a maldição é encontrada
Longe
como, na medida em que, a maldição é encontrada"

Mas sem a presença da maldição (Gênesis 3:16-19), a promessa de libertação perde seu poder (Gênesis 3:15). Essas linhas nos apontam para o dia em que a bênção de Deus (Gênesis 3:17) flui "até onde a maldição é encontrada".

No versículo final triunfante, somos lembrados de que, embora o aguilhão do pecado seja grande, há uma esperança que é maior: Jesus Cristo, que governa o mundo com verdade e graça. É essa graça que faz com que os corações mortos em pecado ganhem vida em Cristo (Efésios 2:8-9). As duas últimas linhas do nosso hino convidam-nos a continuar maravilhados em "As glórias da sua justiça e as maravilhas do seu amor".

Juntos, todos os quatro versículos nos encorajam a nos alegrar ao olharmos para trás no que Deus fez por nós durante a encarnação, e a nos alegrarmos ao aguardarmos o que Deus prometeu no futuro; o agora e o ainda não da nossa fé.

Vamos liberar esta música de suas correntes sazonais e reconhecer que vale a pena como um hino que precisa ser retumbante em nossas igrejas ao longo do ano. Sejamos um povo que ama, canta e se maravilha com esse tipo de alegria inabalável todos os dias!

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