Estado Islâmico ataca cristãos em Moçambique e faz aumentar número de deslocados

Terroristas publicaram em suas redes sociais imagens de casas incendiadas, identificando o local como “vila onde os cristãos moram”.

A violência em Moçambique gerou mais de um milhão de deslocados internos. (Foto: Portas Abertas)

A situação para os cristãos em Moçambique ainda é muito crítica. O país que ocupou o 41º lugar na Lista Mundial da Perseguição, em 2022, continua apresentando um cenário perigoso para a Igreja, com sequestros, ataques e mortes daqueles que decidiram seguir os passos de Jesus.

No dia 30 de dezembro de 2022, membros do Estado Islâmico mataram duas pessoas e feriram outras quatro na área rural do estado de Cabo Delgado. Imagens de casas incendiadas na vila de Namande foram publicadas nas redes sociais dos extremistas.

Na publicação, eles assumiram a responsabilidade pelos ataques à “vila onde os cristãos moram”.  

Sobre o ataque

“Estávamos preparando o jantar quando ouvimos os tiros. Percebi que eram os terroristas, avisei minha família e fugimos”, disse em entrevista um morador da vila atacada. 

Forças do governo organizaram várias operações para parar os jihadistas em Namande, mas os confrontos continuaram noite adentro, forçando as pessoas a fugirem do local, de acordo com a Portas Abertas. 

A opressão islâmica tem sido a forma mais comum de perseguição à Igreja no país, eliminando a vida de muitos. 

A brutalidade dos jihadistas aumentou e um dos grupos extremistas tem ligações com o Estado Islâmico. Outro problema é a presença de cartéis de drogas em algumas áreas, que torna a vida dos cristãos que trabalham com jovens mais difícil.  

Deslocados internos

A crise de refugiados tem se intensificado, desde que a província de Cabo Delgado passou a enfrentar uma insurgência armada. Os ataques começaram em 2017, gerando 1 milhão de deslocados internos, na maioria cristãos. Nos últimos cinco anos, pelo menos 4 mil mortes foram relatadas.

A crise ocupou as primeiras páginas dos jornais locais em março de 2021, quando jihadistas atacaram a cidade de Palma, no Norte de Moçambique, onde fica a sede de um projeto de extração de gás da empresa multinacional francesa Total Energies. 

Os extremistas controlaram a região por um pequeno período, mas depois do ataque de março de 2021, o exército moçambicano recebeu apoio de cinco mil soldados da Comunidade Africana para o Desenvolvimento (SADC, da sigla em inglês), conseguiu derrotar o grupo e reconquistar a segurança na cidade e nas redondezas.  

Novo alvo dos extremistas

A organização explica que, como a província de Nampula não é uma região economicamente relevante, se tornou o novo alvo dos extremistas. 

Um relatório da ONU mostrou que sete cidades no estado de Cabo Delgado sofreram ataques, ocasionando 49.226 deslocados internos, sendo mulheres e crianças a maioria deles. As missões cristãs são os principais alvos dos jihadistas

O último ataque na sexta-feira passada (30) evidencia a crise sociopolítica que o Norte de Moçambique está vivendo. Muitas famílias muçulmanas estão confusas e surpresas com a situação, já que a maioria dos jihadistas são jovens muçulmanos do próprio país. Ou seja, repentinamente, essas famílias veem filhos, irmãos e parentes se tornando extremistas e realizando ataques.

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