Multidão ataca igreja na Índia e cristãos fogem para florestas

Líderes cristãos apontam para insegurança e falta de providências por parte da polícia indiana.

Cristão são cada vez mais atacados na Índia. (Foto: Portas Abertas)

Uma igreja no estado de Chhattisgarh, na Índia, foi atacada e vandalizada por centenas de aldeões, na segunda-feira (2), conforme o Christian Post. Os conflitos regionais entre cristãos e indígenas estão aumentando a cada dia. 

Aldeões armados com pedaços de madeira e barras de ferro invadiram a Igreja do Sagrado Coração, na vila de Edka, região sul do distrito de Narayanpur. 

A multidão quebrou as janelas do templo, danificou o altar, o crucifixo e vários móveis, causando um enorme prejuízo. O líder cristão, Jomon Devasia, disse que a igreja havia passado por uma reforma há 5 anos. 

O mês de dezembro também foi tenso na região, conforme publicou o Guiame, mostrando que a violência e o boicote social obrigaram mais de 500 cristãos a passarem o Natal deslocados.

Na ocasião, extremistas anticristãos e ultranacionais agiram com violência, atacando igrejas e casas, provavelmente inspirados nas leis anticonversão que enxergam o cristianismo como uma religião inferior. 

Fuga para as florestas

“Estamos recebendo mensagens de mais ataques que aconteceram durante a noite e muitos fiéis foram forçados a buscar refúgio nas florestas próximas”, disse o pastor Mosses Logan, presidente da Chhattisgarh State Christian Welfare Society, ao UCA News.

Conforme a agência de notícias, nos últimos meses, mais de 1.000 cristãos indígenas foram forçados a deixar suas casas nas aldeias perto de Narayanpur. Muitos ficaram feridos e outros aldeões ocuparam suas casas. 

Acredita-se que os ataques tenham começado depois que alguns membros de um grupo de indígenas animistas ficaram feridos enquanto protestavam em confrontos anteriores na região. O que começou como um protesto, se transformou em uma multidão invadindo a igreja.

Segundo a Agência de Notícias Fides, nos dias 1 e 2 de janeiro, dois grupos se enfrentaram depois que indígenas acusaram outras tribos de se converterem ao cristianismo “pela força ou por indução”.

Falta de segurança 

Alguns líderes cristãos relataram o incidente a uma delegacia de polícia local e embora os policiais estivessem monitorando a região durante a noite, não puderam impedir a violência. 

“Discutimos a séria ameaça que os cristãos enfrentam no estado e o fracasso da polícia e das autoridades distritais em impedir esses ataques direcionados contra eles”, disse o arcebispo Thakur.

Os líderes contam que a multidão supostamente jogou pedras na igreja e abriu com força suas portas. “A polícia que estava com os manifestantes tentou impedir o motim, mas não conseguiu acalmar a multidão. Um policial sofreu ferimentos na cabeça”, relataram. 

Os advogados acreditam que o ataque ocorreu em meio a um conflito de longa data entre indígenas não cristãos que tentaram forçar os cristãos a se afastarem de sua fé e voltarem às práticas animistas tradicionais. 

O arcebispo Thakur, no entanto, não concorda com essa teoria. Ele negou que o ataque à igreja tivesse algo a ver com os hindus se opondo à conversão religiosa ao cristianismo.

“A polícia estadual não iniciou ação contra grupos que desencadearam violência contra os cristãos anteriormente. Agora, eles estão nos atacando sem medo”, concluiu. 

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