Para Alana Farias, a dignidade da mulher não depende do feminismo, mas de Cristo, que morreu na cruz para nos salvar.
Para Alana Farias, a dignidade da mulher não depende do feminismo. (Foto: Cortesia de Alana Farias). |
A sociedade pós-moderna tem cobrado cada vez mais cedo que jovens mulheres tenham sucesso pessoal e profissional, e as bombardeiam com ideologias não cristãs, que pregam a suposta “libertação” feminina.
Em entrevista ao Guiame, no Dia Internacional da Mulher, a teóloga Alana Farias falou sobre o descanso que as mulheres podem encontrar em Jesus, lembrando que só nele encontramos a verdadeira identidade e liberdade.
Mestre e doutoranda em Ciências das Religiões, através de suas redes sociais, Alana, de 28 anos, tem contato com os desafios e as dores de meninas que estão na jornada para encontrar seu lugar no mundo.
Cobranças e ansiedade
A teóloga lembra que Jesus nunca cobrou um alto desempenho das mulheres, mas oferece descanso e paz em meio a tantas pressões e exaustão.
“A sociedade e até mesmo a religiosidade tendem a colocar muito peso sobre a mulher em vários aspectos. Precisamos ser excelentes profissionais e buscar renda para a nossa casa, mas também temos que cuidar dos afazeres domésticos e deixar o nosso lar impecável. Ao mesmo tempo, precisamos dar atenção aos nossos maridos e filhos (no caso das casadas) e realizar tudo isso com a aparência perfeita, cabelos arrumados, unhas feitas e cheirosas. Quando não conseguimos dar conta de tudo, acabamos até mesmo duvidando da nossa feminilidade. Será que eu estou sendo uma mulher bíblica?”, introduziu Alana.
“Mas, precisamos entender que nada que venhamos a fazer aumentará ou diminuirá o amor de Jesus por nós. Ele nos ama e não pede que sejamos super-mulheres, pelo contrário, Ele mesmo diz ‘o meu jugo é suave e o meu fardo é leve’”, ressaltou.
Ela afirmou que a identidade da mulher cristã não está em seu desempenho, mas no Senhor. “A nossa identidade como filhas de Deus não depende de uma lista de afazeres, mas da sua graça em nossas vidas. Uma vez que entendemos isso, cumprimos todas as nossas obrigações diárias com leveza e glorificando a Deus!”, ponderou.
Alana ainda observou que ao ler sobre a mulher virtuosa de Provérbios 31, as jovens podem acreditar que são inadequadas por não conseguirem fazer tantas tarefas.
“Mas aquela mulher ali descrita sequer existiu, pois ela representa um arquétipo de como é uma mulher virtuosa, uma compilação de atividades frutíferas que as mulheres são capazes de executar. Esse texto não apresenta a ideia de que nós devemos ser super-mulheres e dar conta de tudo, até porque isso é humanamente impossível, mas ele expande a atuação feminina e exalta a nossa capacidade”, explicou.
Assim como Maria, irmã de Marta, Alana aconselha as mulheres a descansarem na presença de Cristo.
“A excessiva preocupação com o desempenho acaba nos aprisionando e nos fazendo esquecer do que realmente importa, que é estar aos pés de Jesus, como Maria fez. Devemos cumprir as nossas obrigações com excelência, mas também com equilíbrio, lembrando que Jesus quer primeiramente o nosso coração, não as nossas obras. Elas são apenas consequências da nossa fé”, disse.
A verdadeira libertação feminina
Enquanto as jovens são bombardeadas com ideias pós-modernas nas universidades e revistas femininas, que pregam a falsa “libertação feminina” em suas relações e sexualidade, Alana Farias lembra que a verdadeira liberdade está em Cristo.
“Uma mulher verdadeiramente livre é aquela que tem a sua identidade firmada em Jesus! Entendendo quem é em Cristo, ela não se tornará escrava de ideologias que possam surgir no mundo, pois seus ouvidos estarão sensíveis a ouvir a voz de Deus!”, pregou.
Farias defende que a dignidade da mulher não depende de movimentos sociais, como o feminismo. O movimento trouxe conquistas históricas para as mulheres, entretanto, o feminismo não consegue dar plena liberdade e dignidade, de acordo com a teóloga.
“Ele pode lutar contra a opressão feminina, mas só conseguirá solucionar as questões sociais, mas não espirituais. Ele é como um curativo colocado sob uma ferida que só pode ser curada por meio da intervenção divina; ele não pode saciar a sede por justiça e nem pode satisfazer as mulheres por completo”, afirmou Farias.
E completou: “Todas nós precisamos de um salvador que nos dê dignidade; alguém que nos liberte de nós mesmas e dos nossos pecados, mas também das opressões sociais que são fruto da presença do mal no mundo; alguém que nos ofereça as armas corretas para lutar contra todo o tipo de machismo e dominação. Esse Alguém morreu em uma cruz por amor a mim e a você, e Ele chora todas as vezes que uma mulher é ferida, maltratada, humilhada ou invadida”.
Segundo a teóloga, Jesus e não o feminismo é a esperança de justiça para as mulheres. “A nossa dignidade não depende de um movimento social, mas do Cristo que vive e reina eternamente!”, declarou ela.
Jesus: o maior libertador das mulheres
Alana pontuou que, ao vir ao mundo, Cristo restaurou a dignidade da mulher. Ela citou diversas passagens bíblicas para mostrar como o Senhor valorizou as mulheres em uma sociedade que as considerava cidadãs de segunda classe, como quando Jesus incluiu as mulheres em suas parábolas e também em sua equipe ministerial.
“Na época, a mulher não era considerada uma testemunha confiável, mas as primeiras pessoas que viram o Cristo ressurreto e espalharam a notícia foram mulheres. Os mestres da lei diziam que era melhor queimar a Torá do que entregá-la para uma mulher ler, mas Jesus proporcionou um ambiente onde homens e mulheres puderam aprender igualmente. As mulheres eram proibidas de falar em público com homens, mas o maior diálogo de Jesus registrado na Bíblia é com a mulher samaritana”, enfatizou a teóloga.
E concluiu: “Ele chamou as mulheres para o centro do palco, para praticarem uma fé ativa, livre e digna. Jesus foi o maior libertador das mulheres e, para nós, não há maior privilégio do que segui-lo”.