Autoridades na Turquia impedem cristãos de ajudar vítimas do terremoto

Os missionários mantinham relacionamento com os muçulmanos que ajudavam, mas a ação não foi bem vista por radicais.

Missionários na Turquia servindo às vítimas do terremoto. (Foto: Reprodução/FMI)


Desde o terremoto que atingiu a Turquia em fevereiro, missionários têm disponibilizado recursos para que as vítimas possam sobreviver aos estragos deixados pela catástrofe.

A organização Forgotten Missionaries International (Missionários Esquecidos Internacionais — FMI) mantém plantadores de igrejas turcas e fornece ajuda humanitária na região. Eles distribuem refeições, tendas e cobertores para os sobreviventes do terremoto e falam sobre Jesus.

“Sempre que há uma crise, os limites sectários e religiosos desaparecem. As pessoas só precisam de ajuda”, disse Bruce Allen do FMI. 

Segundo a Mission Network News (MNN), aproximadamente 96% da população na Turquia é muçulmana. Existem apenas cerca de 200 igrejas evangélicas em todo o país de 85 milhões de pessoas.

Bruce contou que alguns muçulmanos preferem pedir ajuda aos cristãos porque eles sentam para ouvir suas necessidades e os produtos que distribuem são de melhor qualidade.

“Estou satisfeito por nossos parceiros estarem fornecendo conforto, alívio, orientação e aconselhamento conforme necessário, mas também refletindo os propósitos de Jesus Cristo tão claramente às pessoas que muitos muçulmanos agora estão se voltando com fé para Jesus Cristo”, disse Bruce.

Mas, o relacionamento entre muçulmanos e cristãos não foi bem aceito por alguns.

“O fato de outros muçulmanos preferirem obter ajuda de cristãos em vez de seus companheiros muçulmanos envergonha as fundações islâmicas e eles queriam impedir isso. Eles queriam parar os cristãos”, explicou Bruce.

Proibição de ajuda 

Um dos parceiros da FMI, o pastor Enver, viajava cerca de 1130 km para fornecer ajuda com a distribuição de suprimentos para uma área afetada pelo terremoto. 

“Em uma área onde Enver e sua equipe serviam uma refeição para 150 pessoas, a polícia apareceu e os pressionou dizendo: 'Estamos cumprindo as ordens do governador do distrito ordenando que parem o que estão fazendo'”, contou Bruce.

“Os cristãos estão dizendo: 'Por que vocês estão nos impedindo? Quem vai ajudar essas 150 pessoas?' E a polícia disse: 'Não importa. Simplesmente pare. Essas pessoas podem cuidar de si mesmas. Deixe este lugar imediatamente”, acrescentou ele.

Em alguns casos, os cristãos acabam atraindo muitas pessoas e alguns radicais na sociedade estão impedindo que os muçulmanos façam essas conexões com eles.

Há uma guerra espiritual

Felizmente, Bruce afirmou que foi um episódio isolado, mas serviu para que seus olhos espirituais fossem abertos.

“Mas isso me lembra da dinâmica espiritual que está em jogo aqui. Sim, estamos cuidando das necessidades físicas das pessoas, mas há uma guerra espiritual sendo travada pela alma das pessoas também”, disse ele.

De acordo com a MNN, Bruce informou que agora é um momento crítico para ajudar as vítimas e alertou a igreja a orar por sabedoria e criatividade enquanto pastores e plantadores de igrejas conversam com as autoridades.

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