‘Apelamos pela paz e pelo fim da violência que tem causado imenso sofrimento ao povo’, diz a Irmandade Evangélica na Índia.
Cristãos são espancados e mortos por grupo étnico hindu. (Foto: Captura de tela/Vídeo Aljazeera) |
Os ataques a cristãos por conta dos conflitos étnicos no estado de Manipur, na Índia, continuam e muitos estão em busca de abrigo.
Um grupo cristão atuante no país está pedindo paz depois que 58 cristãos foram mortos e dezenas de igrejas incendiadas, conforme o Christian Post.
Milhares foram forçados a fugir de suas casas devido à violência étnica em Manipur, um estado no nordeste da Índia que abriga mais de 2,5 milhões de pessoas.
Sobre o atual conflito
A violência foi atribuída a conflitos contínuos entre a comunidade étnica Meitei, predominantemente hindu, e os cristãos.
O secretário-geral da Irmandade Evangélica da Índia, Rev. Vijayesh Lal, disse em um comunicado compartilhado com o The Christian Post que a organização está “profundamente triste e preocupada com os eventos recentes que estão ocorrendo em Manipur”.
Os dois grupos étnicos têm se confrontado nas ruas de Imphal, no leste da Índia, e em outros lugares.
‘Cristãos espancados até a morte’
“Apelamos à paz e ao fim da violência e agitação na região que tem causado consequências tão devastadoras e imenso sofrimento ao povo”, acrescentou Lal.
“Instamos o governo a tomar medidas imediatas para restaurar a paz e garantir a segurança de todos os seus cidadãos”, continuou.
“Como Igreja, corpo de Cristo, representando os evangélicos na Índia, defendemos os valores de amor, paz e justiça. Acreditamos que todo ser humano é feito à imagem de Deus e merece ser tratado com dignidade e respeito. Os recentes incidentes de violência vão contra esses valores”, observou.
Conforme a Irmandade Evangélica da Índia, há detalhes angustiantes sobre a tortura a que os cristãos no estado indiano foram submetidos.
A organização especifica o caso de uma enfermeira de 24 anos, Nianghoihching Simte, que “perdeu a vida” trabalhando: “Ela foi morta a tiros por militantes Meitei em Lamka”.
Outros relatos
Outro relato diz que o cristão, David Hrangchal, “foi mantido dentro de uma espécie de saco e espancado até a morte”. A esposa e os filhos do falecido receberam abrigo.
Letminthang Haokip, um assistente fiscal que trabalhava para o governo central, foi “arrastado de seu quartel oficial em Imphal por militantes do Meitei e também foi espancado até a morte”.
Na sexta-feira, a subsecretária do Departamento de Agricultura e Veterinária da Secretaria de Manipur, identificada como Sra. Gouzavung, foi “retirada de seu carro pelos terroristas que mataram seu filho”.
Há uma lista com mais de 30 igrejas que foram saqueadas, atacadas e incendiadas como resultado da violência.
A Federação de Organizações Cristãs Índio-Americanas disse que os ataques aos cristãos estão aumentando e que o sistema de justiça indiano está falhando em defender os direitos dos cristãos perseguidos e de outras religiões minoritárias.