Egípcio que falou de Jesus é torturado por 8 dias e condenado a 2 anos de prisão

O pai de Tariq conta que o filho foi acusado por desrespeito ao islã e agora o governo o considera “um perigo para a sociedade”.

Lei de blasfêmia é usada no Egito para silenciar os cristãos. (Foto representativa: Portas Abertas)

Tariq (nome fictício por razões de segurança) é um egípcio de 22 anos que se converteu ao cristianismo e trabalhou como diácono numa igreja local  — o que é considerado algo raro para alguém de sua idade, conforme o Global Christian Relief.

Com o desejo de evangelizar os muçulmanos em seu país, o jovem abriu uma página no Facebook, uma maneira que ele considerou discreta para falar de Jesus, mas acabou numa prisão como se fosse um criminoso. 

Falar de Jesus publicamente no Egito pode ser considerado um crime pelos muçulmanos radicais que governam o país onde o islã é a religião oficial. 

‘Debate sobre Bíblia e Alcorão’

Conforme descreve a organização, Tariq é um jovem formado, educado e muito perspicaz em sua comunicação. Ele viveu no Egito toda a sua vida, então conhece os meandros de ser um cristão em um país que se opõe à sua fé. Aliás, o Egito não apenas se opõe ao cristianismo, mas mas pune a menor infração de suas leis religiosas. 

Por conta disso, Tariq abriu uma página online no Facebook — um espaço onde os curiosos podiam fazer perguntas sobre Jesus. Era um plano inteligente e funcionou durante algum tempo. 

A Global Christian Relief conta em seu site que se encontrou com o pai de Tariq e que ele explicou como o filho foi atraído para um debate sobre a Bíblia e o Alcorão. 

A uma pergunta deixada em seu Facebook, Tariq escreveu: “Meu irmão muçulmano, você aceita adorar um deus injusto, que responsabiliza o homem apenas pela cor de sua pele?”. 

Essas palavras foram suficientes para acusar o jovem de blasfêmia e desrespeito ao islã. Uma semana depois, o pai soube que um oficial de segurança nacional queria falar com seu filho. Tariq foi levado pelo pai até o oficial e depois foi convidado a sair.

‘Torturado por 8 dias’

Sem poder fazer nada para defender o filho, o pai saiu preocupado e sabia que resistir só tornaria a situação ainda mais perigosa. 

“Esperávamos que eles o libertassem no final do dia, mas não o fizeram. Tariq foi severamente torturado por oito dias no escritório de Segurança Nacional”, revelou o pai.

“Eles disseram a ele para se converter ao islamismo ou o acusariam de 'desrespeito ao Islã', mas meu filho recusou-se heroicamente a renunciar à sua fé. Como resultado, foram feitas acusações contra ele por desprezo à religião islâmica”, continuou. 

Ele explicou que, primeiro, as acusações foram arquivadas, mas em fevereiro de 2022, o tribunal condenou Tariq a 2 anos de prisão com trabalhos forçados. 

‘Perigo para a segurança pública’

Depois de alguns apelos infrutíferos, o pai de Tariq conseguiu solicitar um perdão presidencial que foi aceito pela Autoridade Penitenciária e pelo Primeiro Ministro. De acordo com a Segurança Nacional, no entanto, Tariq é considerado um “perigo para a segurança pública”. 

De acordo com as últimas notícias, Tariq deveria ser solto em julho, mas as autoridades insinuam que mais 6 meses podem ser adicionados à sua sentença por causa do suposto “perigo” que ele representa para a sociedade. 

“Por favor, ore por meu filho Tariq, pois ele está arrasado. Ele perdeu o emprego, está preso injustamente e está lutando psicologicamente. Que Deus o abençoe”, concluiu o pai.

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