Bíblia 'alterada pela China' não será distribuída, afirma organização cristã

Missionário alerta sobre Bíblias adulteradas com conteúdo que refletem os valores da China e do Partido Comunista.

Governo chinês está adulterando a Bíblia. (Foto representativa: MNN)

Obter uma Bíblia na China não é algo tão simples quanto nos países que desfrutam de liberdade religiosa. O país comunista tem abafado a voz do cristianismo e está investindo cada vez mais em vigilância e inteligência artificial para controlar a vida das pessoas.

De acordo com Kurt Rovenstine da “Bibles For China” a situação está cada vez mais difícil para os cristãos chineses. Bíblias ainda estão sendo distribuídas por meio de “igrejas registradas”, mas há rumores de que as autoridades estatais estão modificando o conteúdo das Escrituras.

A intenção do governo chinês é que as Bíblias impressas contenham textos que refletem melhor os valores da China e do Partido Comunista. Por enquanto, segundo Kurt, a Bíblia adulterada já pode ser encontrada em alguns lugares.

‘Se a Bíblia for alterada pelo governo, não será mais distribuída’

Kurt afirma, porém, que está confiante de que as Bíblias compradas na Amity Press — organização internacional de impressão de Bíblias, na China — estão inalteradas”  e que eles estão vigilantes.

“As igrejas locais nos garantiram que, se a Bíblia mudar, se for alterada de modo que não reflita mais a tradução fiel dos manuscritos originais, ela não será mais distribuída”, alertou Kurt.

“Esse é um problema bem difícil”, lembra Kurt ao comentar sobre uma conversa que teve com um grupo de tradutores e distribuidores de Bíblia durante uma conferência recente.

“A Palavra de Deus é importante. É Deus, o poder do Espírito Santo e a proteção do Deus Todo-Poderoso que estão mantendo a palavra como ela deve ser”, disse.

Assim, embora os cristãos da China permaneçam diligentes, eles também confiam que Deus os guiará: “Eles estão orando para que Deus nos oriente a manter o que Ele quer que tenhamos, exatamente da maneira que precisa ser para que a verdade do Evangelho possa ser descoberta nas páginas da Bíblia”.

‘Perseguição disfarçada’

Além das alterações da Bíblia, a Igreja na China também está lutando com questões de vigilância, como câmeras acessíveis pelo estado e instaladas em prédios de igrejas e registros online que sujeitam alguns cristãos a altos níveis de escrutínio.

O controle estatal da China não está totalmente desenfreado. Afinal, o turismo e os mercados comerciais internacionais são importantes para a economia do país.

“Pedimos orações pelos cristãos que enfrentam políticas complexas. Não é uma perseguição evidente, não é como se eles estivessem entrando e prendendo pessoas ou fechando igrejas”, concluiu Kurt ao explicar que o comunismo é um tipo de perseguição que se disfarça de políticas públicas.

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