China exige registro em aplicativo para cristãos participarem de cultos

Moradores da província de Henan precisam se registrar no aplicativo e receber autorização para ir à igreja.

Igreja Metodista Chinesa de Telok Ayer. (Foto: Imagem ilustrativa/Wikimedia Commons/Jacklee).

Partido Comunista Chinês (PCC) lançou mais uma tentativa de controlar os cidadãos que frequentam igrejas. 

Desde o início deste ano, os fiéis na província de Henan precisam se registrar online através do aplicativo “Smart Religion” e receber autorização do governo para participar de cultos.

“Nesta primavera, eles lançaram um aplicativo para obter aprovação para ir a qualquer tipo de serviço religioso. O que significa que você precisa ter o aplicativo no seu telefone”, relatou Todd Nettleton, chefe de relações com a mídia do Vozes dos Mártires, ao Faithwire.

Ele explicou como o aplicativo funciona: “Você precisa fazer o pré-registro para ir a uma reunião religiosa, fornecer ao governo chinês todas as suas informações, dizer quem você é, onde mora, suas informações de identificação e assim por diante”.

Os cristãos podem ganhar a permissão para frequentar a igreja assim que se registrarem no app. De acordo com cristãos locais, o número de frequentadores nas igrejas em Henan diminuíram devido ao complicado procedimento.

A tecnologia de vigilância está disponível apenas para instituições religiosas registradas. Na China, igrejas domésticas ou “reuniões ilegais” são proibidas.

“Se as autoridades entram em um culto na igreja, elas simplesmente perguntam a todos: 'Ei, pegue seu telefone, abra o aplicativo, queremos ver, você se inscreveu antes? Você obteve a aprovação de antemão?'”, afirmou Nettleton.

A exigência de registro no app também vale para frequentadores de mesquitas, templos budistas e outros espaços religiosos.

Risco de controle em toda a China

Nettleton alerta que, embora a medida esteja sendo aplicada apenas na província de Henan, o PCC pode expandir o aplicativo para todo o país.

“É muito fácil vê-lo se espalhando por toda a China. Vimos um controle baseado em aplicativo muito semelhante durante o Covid. O povo chinês teve que se registrar; eles tinham que ter uma marca verde para usar o transporte público, para entrar em certos prédios”, observou ele.

“Agora, as autoridades comunistas estão aparentemente tentando controlar as experiências religiosas dos cidadãos, com o aplicativo em potencial, pintando um ‘alvo em seu peito’ dependendo de como será utilizado”.

Vigilância tecnológica

O aplicativo “Smart Religion” foi desenvolvido pela Comissão de Assuntos Étnicos e Religiosos da Província de Henan e foi lançado oficialmente em algumas partes da província.

O app conta com tecnologias para vigilância precisa, como big data, inteligência artificial e mapas.

A China Aid denunciou que a nova medida do governo comunista não tem o objetivo de proteger os direitos religiosos dos moradores, mas para ser usada com fins políticos.

A situação para a Igreja na China teve uma piora desde o ano passado. O país subiu uma posição na Lista Mundial da Perseguição em 2023, passando do 17º para o 16º lugar.

Isso significa que mais cristãos estão sendo presos, torturados e hostilizados por causa de sua fé. O Partido Comunista da China (PCC) está se tornando cada vez mais totalitário.

Conforme os críticos, o intenso controle das pessoas por parte das autoridades através de monitoramento de alta tecnologia não passa de “medo de perder o poder político”.

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