20 cristãos são mortos por gangues durante protesto pela liberdade no Haiti

A polícia local disse em comunicado que condenou a marcha pela liberdade, liderada pelo pastor Marcorel Zidor, e tentou impedir o protesto.

Multidão no protesto que ocorreu no Haiti. (Foto: Reprodução/X/@Alexand59517985)

No último sábado (26), pelo menos 20 cristãos foram mortos a tiros por uma gangue durante uma manifestação no bairro Canaã, ao norte da capital Porto Príncipe, no Haiti.

Segundo a Reuters, o protesto foi organizado por Marcorel Zidor, conhecido como pastor Marco, da igreja Evangélica Piscine de Bethesda. Diferentes igrejas se reuniram para pedir a libertação do país do crime armado, que aflige a população há anos.

Gedeon Jean, diretor do Centro Haitiano de Análise e Pesquisa em Direitos Humanos (CARDH), informou que o número final de mortos provavelmente seria maior. Ele contou que várias pessoas ficaram feridas e alguns fiéis foram sequestrados.

População em desespero

Muitos haitianos se juntaram a grupos de autodefesa conhecidos como “Bwa Kale”, um movimento que a princípio inspirou esperança, mas provocou retaliações contra civis e agravou a crise de segurança local.

“Chegamos a uma fase em que os cidadãos não podem recorrer às instituições. A população também não acredita nas promessas internacionais. É por isso que o desespero inspira iniciativas de último recurso. As pessoas se voluntariam para o açougue ”, afirmou Jean.

Crise no Haiti

Com objetivo de tentar controlar a situação, um grupo de policiais quenianos foi enviado ao Haiti para ajudar as autoridades locais na luta contra gangues criminosas. 

De acordo com a Reuters, a nação sofreu nos últimos anos um aumento descontrolado da criminalidade e da violência, gerado pela instabilidade política e pela crise econômica.

Na última segunda-feira (28), o chefe da polícia do Haiti, Frantz Elbe, afirmou que lançaria uma operação para recuperar “os corpos de seguidores de um ministro evangélico que liderou um protesto mortal contra uma gangue fortemente armada que controlava um subúrbio da capital”.

A polícia nacional do Haiti disse em comunicado que condenou a marcha pela liberdade liderada pelo pastor Marco e tentou impedir o protesto. Mas os manifestantes conseguiram contornar a equipe de segurança.

A agência de refugiados das Nações Unidas informou que cerca de 73.500 pessoas fugiram do Haiti em 2022 devido à crescente violência de gangues.

A ONU também relatou que 5,2 milhões — quase metade da população do Haiti — precisam de assistência humanitária e pediu ajuda internacional para restaurar a estabilidade da nação.

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