Depois da invasão policial, os cristãos temem novas represálias.
Igrejas são vigiadas no Quirguistão. (Foto representativa: Portas Abertas) |
No começo do ano, uma operação contra duas igrejas foi realizada no Quisguistão pela polícia secreta do “Departamento de Combate ao Extremismo e Migração Ilegal” em conjunto com a Comissão de Assuntos Religiosos do país.
O grupo invadiu dois templos durante os cultos dominicais. Algumas pessoas tentaram fugir de uma das igrejas, mas foram forçadas pelos policiais armados a voltar para dentro do templo, conforme a Portas Abertas.
Os cristãos ficaram sob o controle dos policiais por volta de uma hora e meia e apenas deixaram o local depois que duas líderes cristãs, Daniela Cincilova e Eva Eliasova assinaram um documento onde se declararam “culpadas” por “atividades missionárias ilegais” e por “disseminar uma ideologia”.
Além da declaração de culpa, elas foram obrigadas a pagar uma multa de 7.500 soms (moeda quirguiz), o que corresponde ao salário de quase duas semanas de trabalho.
‘Atividades missionárias ilegais’
De acordo com a lei do Quirguistão, todos os estrangeiros precisam de uma autorização por escrito do Estado para pregar e organizar cultos.
As líderes cristãs não violaram essa lei, pois apenas tinham lido as passagens da Bíblia na igreja, sem explicar ou pregá-las. Um cristão local afirmou que a ação da polícia foi “movida pela ignorância”.
A igreja solicitou o cancelamento das multas aplicadas, mas o Estado não aceitou a solicitação. Dois cristãos de outra igreja próxima também foram multados pelo crime de “atividades missionárias ilegais” e a igreja também foi invadida por policiais.
Um dos líderes compartilhou com o portal de notícias Forum 18 que está com medo de novas represálias.
Ameaça às igrejas no país
Alguns dias depois das invasões, a polícia secreta enviou uma carta às igrejas afirmando que se outras “violações” fossem descobertas, as autoridades “liquidariam” as igrejas cristãs.
Toda a situação mostra que o registro das igrejas pelo Estado não garante que elas não serão perseguidas.
“De maneira prática, o registro apenas permite que você exista. Líderes cristãos têm medo da repressão. Muitas igrejas pequenas sequer tentam conseguir o registro do Estado pelo medo de que se tornem alvos da polícia”, disse o líder.
Segundo um defensor dos direitos humanos: “Ao entregar os dados exigidos pelo governo com detalhes dos membros das igrejas aumenta a pressão na vida pessoal dos cristãos”.
Igreja no Quirguistão
São os cristãos nativos de origem muçulmana que suportam o maior peso da perseguição no país.
Alguns desses convertidos são presos e agredidos pela própria família. Além disso, líderes islâmicos locais pregam contra os que decidiram seguir a Jesus e incentivam as comunidades a expulsar as pessoas consideradas traidoras do islã.
A Portas Abertas pede orações pelos cristãos quirguizes para que sejam supridos em todas as necessidades para resistir à violência, perseguição e hostilidade por causa do nome de Jesus.