O pastor paquistanês John Younas testemunhou que a base e as igrejas da missão “Até que todos saibam” foram protegidas após orações.
Cristãos no Paquistão. (Foto: Reprodução/Até que todos saibam). |
Nas últimas semanas, cristãos no Paquistão viveram momentos de terror após muçulmanos atacarem igrejas e casas. No total, 26 templos foram destruídos e 1.000 cristãos fugiram de suas casas.
Em meio a onda de violência, a missão brasileira “Até que todos saibam” no país foi ameaçada por radicais islâmicos.
Na sexta-feira pela manhã (25), a comunidade cristã em Mochi Pura, Kasur – onde está localizada a base missionária – recebeu ameaças de ataques. Aterrorizados, os cristãos deixaram suas casas e fugiram.
Pedido de oração
Além da base, a missão possui igrejas e duas escolas na cidade de Kasur, com 30 obreiros locais. Um deles, o pastor John Younas, chegou a enviar uma mensagem à liderança do ministério no Brasil, pedindo orações.
“Estão pensando em atacar a nossa cidade Kasur. Estamos muito preocupados, porque eles [os muçulmanos] estão ligando chamando amigos [para atacar]. Eles estão querendo atacar nossas casas e igrejas, é muita gente. Precisamos muito da orações de vocês nesse momento”, relatou John, na sexta-feira (25).
A missão “Até que todos saibam”, liderada pela missionária Tia Jô e pelo pastor Josué Fernandes, convocou uma corrente de oração pelos cristãos paquistaneses ameaçados.
“O clima é muito tenso, alguns começam a deixar suas casas temendo a morte, orem pelo nosso pastor, pois isso está acontecendo a poucos metros de sua casa”, pediu Jô Bentes, no Instagram.
Enquanto os brasileiros oravam pelos irmãos paquistaneses, Deus respondeu ao clamor e protegeu os cristãos de Kasur.
“Os radicais já estavam prontos para atacar”
Na segunda-feira (28), o pastor John Younas informou que a missão recebeu um livramento do Senhor. A polícia local conseguiu conter a multidão enfurecida, impedindo os ataques.
“Os radicais já estavam totalmente prontos para atacar as igrejas e casas de cristãos. Eles reuniram material para queimar as nossas casas, com pneus, gasolina e produtos químicos. A multidão dos radicais era grande. Todas as pessoas da área fugiram, mas Deus respondeu às suas e às nossas orações”, escreveu John, em uma carta aberta, divulgada pela Tia Jô, no Instagram.
“A polícia chegou a tempo de controlar tudo. Agora, a situação está mais controlada, estamos voltando para as nossas casas, pela graça do bom Deus”, testemunhou o líder.
O pastor paquistanês pediu que os cristãos do Brasil continuem orando pela situação. “As pessoas estão muito assustadas ainda. Muitas vezes os radicais ameaçam os cristãos, mas Deus está conosco. A situação ainda é crítica e nós continuamos pedindo: orem pela Igreja no Paquistão”, disse.
A “Até que todos saibam” está recebendo doações para ajudar a comunidade cristã afetada. Doações podem ser feitas pelo site da missão.
Onda de ataques
Em 16 de agosto, uma multidão atacou um bairro cristão na cidade de Jaranwala, após dois cristãos serem acusados falsamente de blasfêmia.
Líderes comunitários e moradores denunciaram que a multidão de islâmicos atacaram o bairro durante 10 horas, sem a intervenção da polícia local e das autoridades.
Dezenas de outros ataques contra cristãos se seguiram em diversas localidades. No total, 26 igrejas e quase 100 casas foram destruídas.
Cerca de 1.000 cristãos fugiram de suas casas durante a onda de violência e agora estão dormindo nas ruas.
A maioria das vítimas, do bairro cristão na província de Punjab, são trabalhadores sanitários que vivem em pequenas casas, que agora estão abrigados em escolas ou com familiares.
Quase 160 pessoas envolvidas no ataque foram presas. Os dois cristãos acusados falsamente de blasfêmia – Rocky Masih e Raja Masih – também foram detidos.
O Paquistão ficou em 7° lugar na lista de observação mundial de 2023 da Portas Abertas dos lugares mais difíceis para ser cristão, acima do oitavo lugar no ano anterior.