Recentemente, um protesto, que reuniu mil pessoas, pediu a morte do menino Simon.
Uma multidão se reuniu para protestar contra Adil, no Paquistão. (Foto: Global Christian Relief). |
Um cristão de apenas 13 anos está sendo perseguido no Paquistão, após ser falsamente acusado de blasfêmia e ser preso.
De acordo com a Global Christian Relief, que monitora a perseguição no mundo, moradores locais estão pedindo a decapitação do menino em protestos recentes.
Tudo começou com uma brincadeira entre Simon e seu primo Adil, de 17 anos, sobre quem era mais forte.
“Simon me disse que estava brincando com Adil sobre quem venceria uma luta. Um mencionou socos como Muhammad Ali e o outro respondeu provocando: ‘Você não é Muhammed Ali. Você é um cachorro’”, contou a mãe do adolescente perseguido, Samina.
Um policial que passava próximo dos garotos ouviu incorretamente a conversa e concluiu que eles blasfemaram contra o profeta Maomé. Então, o oficial os espancou.
Policial espalhou falsa blasfêmia
No fim daquele dia, Simon contou para a mãe o que havia acontecido. Para resolver a situação, Samina decidiu procurar o policial.
Mas, durante o caminho, ela avistou três viaturas indo em direção a sua casa. “Eu corri de volta para minha casa e rapidamente escondi meu filho”, lembrou a mãe.
O policial havia espalhado a falsa notícia sobre o menino para a comunidade, e logo, uma multidão se reuniu em frente a casa da família, exigindo que Samina entregasse seu filho para ser decapitado por blasfêmia.
“Eu implorei ao policial repetidamente, para que ele ignorasse qualquer ofensa que meu filho pudesse ter cometido, mas ele recusou. Chorei e implorei à multidão até meia-noite para poupar meu filhinho, mas eles não quiseram”, afirmou a cristã.
Simon e o primo Adil foram levados presos pela polícia. “Quase perdi a cabeça – chorando, implorando, encarando a multidão por quase 8 horas. Então, finalmente, tive que ver meu filho preso diante dos meus olhos”, desabafou a mãe.
Fiança negada
Semanas depois da prisão, a investigação da polícia considerou Simon culpado do crime de blasfêmia. Já Adil foi inocentado e solto após pagar fiança. A fiança de Simon foi negada e ele continua preso.
“Tivemos que enfrentar um período muito difícil na prisão. O vocabulário muito depreciativo era usado pelos companheiros de prisão, e a qualidade da comida era muito ruim”, revelou Adil.
“Simon ficou feliz por mim, por eu ser dispensado, mas começou a chorar quando eu estava saindo. Ele disse que ficaria sozinho. Senti muito por ele e o encorajei, dizendo que continuaríamos a orar por ele e que também logo estaria em liberdade”.
Multidão enfurecida
Mesmo depois de ser libertado, Adil precisou se esconder para não ser pego pelos moradores islâmicos.
“A situação é muito delicada e tensa. Estou apavorado. Tudo pode acontecer. Eu nem mesmo vi minha mãe desde que saí da prisão. A multidão está procurando por mim. Eu tenho me escondido”, disse.
Dias após a libertação de Adil, uma multidão de mais de mil pessoas se reuniu para protestar, pedindo a decapitação de Simon. “Só há uma punição para aquele que blasfemou contra o Profeta, que é a decapitação”, afirmaram.
A Global Christian Relief está pedindo oração para a proteção de Simon, sua mãe e seu primo.
“Coloquei minha esperança e confiança no Senhor. Creio que o Senhor nos fará justiça. Nosso filho não fez nada de errado para enfrentar a punição sob a lei da blasfêmia”, declarou Samina.