Segundo fontes locais, os terroristas separaram os cristãos dos muçulmanos e atiraram nos seguidores de Jesus, em Mocímboa da Praia.
Moçambique. (Foto: Imagem ilustrativa/Portas Abertas). |
O grupo terrorista Estado Islâmico afirmou que executou 11 cristãos em Cabo Delgado, Moçambique, na última sexta-feira (15).
O anúncio foi feito nas plataformas de propaganda do grupo, de acordo com a agência de notícias RFI.
A execução aconteceu durante um ataque à aldeia Naquitenge, no distrito de Mocímboa da Praia, segundo a Lusa (Agência de Notícias de Portugal).
“Quando chegaram lá, convocaram uma reunião. As pessoas da aldeia não sabiam que eram terroristas e depois disso começaram a separar os cristãos dos muçulmanos com base nos seus nomes. Depois disso, abriram fogo contra os cristãos”, contou uma fonte local que perdeu o sobrinho no ataque, à Lusa.
Os moradores locais afirmaram que pelo menos 12 pessoas foram assassinadas pelos terroristas.
“Eles praticamente atiraram nas pessoas. Algumas ficaram feridas e fugiram para a floresta. É um dos ataques mais cruéis de que já ouvimos falar”, disse outra fonte que tem um familiar que conseguiu escapar do ataque, à Lusa.
O Estado Islâmico também afirmou que bombardeaou militares das Forças Armadas moçambicanas. O Ministério da Defesa de Moçambique ainda não se manifestou sobre o ataque.
Mocímboa da Praia é conhecida como a “base” dos radicais e o Estado Islâmico opera na província de Cabo Delgado há quase seis anos. O primeiro ataque terrorista na província aconteceu em Mocímboa da Praia, em outubro de 2017.
O Presidente do Conselho Cristão de Moçambique, Rodrigues Dambo, afirmou que a ação de terroristas na região é preocupante, apesar do avanço das tropas moçambicanas e dos seus aliados na frente de combate em Cabo Delgado.
“A questão do terrorismo é um desafio muito grande, este é um assunto que preocupa a todos. O papel da igreja em primeiro lugar é acolher os refugiados, é esse o trabalho que está sendo feito, ajudar os refugiados”, disse Rodrigues, à RFI.
Moçambique ocupa a 32ª posição da Lista Mundial da Perseguição 2023 da Missão Portas Abertas de países mais difíceis para ser um cristão.