“Melhor escola bíblica que frequentei”, diz evangelista dinamarquês sobre a perseguição

Torben Søndergaard contou como foi seu período na prisão e alertou os cristãos sobre a perseguição.

Torben Søndergaard em entrevista à CBN News. (Foto: Reprodução/YouTube/CBN News)

No último mês, o evangelista dinamarquês Torben Søndergaard foi liberto da prisão nos Estados Unidos, após passar mais de um ano detido. Ele foi deportado para Dinamarca, e recentemente falou sobre o período em que esteve preso e orientou os crentes sobre a perseguição. 

“Eu não entendia como isso poderia acontecer em um país como a América, onde há tantos cristãos, igrejas e ministérios”, disse ele à CBN News.

Søndergaard contou que enfrentou “hostilidade e intimidação” por parte dos agentes do Serviço de Imigração e Alfândega na prisão. Segundo ele, o tratamento que recebeu era diferente dos demais presos.

"Algumas pessoas me perguntaram: 'O que está acontecendo com você? O que está acontecendo aqui? Eles não tratam ninguém assim'. Tive alguns encontros com os oficiais do ICE que foram muito incomuns, e foi muito assustador estar lá. Então, dessa forma, sim, meu caso foi diferente", explicou ele.

No entanto, o evangelista afirmou que embora tenha tido um tratamento duro, o tempo que passou na prisão o transformou, pois Deus revelou a ele que “que temos um inimigo em comum”. 

Mover de Deus na prisão

Ele relembrou que foi um dos poucos detidos que não falava espanhol, porém, isso não impediu que um “avivamento” acontecesse no local. 

“Uma pessoa da minha primeira cela veio ao meu dormitório e perguntei a ele: 'Ei, você é cristão?' E ele disse: 'Sim. Na verdade, em nosso dormitório estudamos a Bíblia todos os dias. Há um missionário em algum lugar nesta prisão que nos deu algumas cópias traduzidas e estamos estudando. É tão bom’”. 

E continuou: “Eu sou aquele missionário. Ele estava tão animado em me ver, então isso realmente cresceu. Muitos foram curados, pessoas foram cheias do Espírito Santo e muitos foram libertados em nossa cela. Foi realmente poderoso e foi um momento muito especial”. 

Søndergaard também mencionou um momento que o marcou: “A mais bela comunhão que já compartilhei foi no chão da prisão com um novo convertido. O mais lindo batismo foi lá. E a Palavra se tornou viva de uma maneira muito diferente. Era muito lindo às vezes".

Sobre a perseguição

De acordo com a CBN News, o evangelista acredita que a perseguição está chegando para todos os crentes e que sua experiência soa como um alerta.

"Achamos que a perseguição é apenas para um grupo de cristãos. E acreditamos que estaremos seguros se simplesmente não agirmos como eles. E talvez sejam apenas alguns agora, mas em pouco tempo serão muitos. E no futuro serão todos os que confessarem Jesus como Senhor”, declarou ele.

A CBN News informou que o pedido de asilo de Søndergaard ainda está pendente, mas ele já pode se reunir com sua esposa e família.

“Sou muito próximo da minha esposa e das minhas filhas. Minha esposa passou por momentos muito difíceis em tudo isso", contou ele. 

Relembre o caso

Søndergaard é o fundador da “The Last Reformation” (“A Última Reforma”), um movimento mundial que busca retornar o cristianismo ao Livro de Atos. Ele também iniciou o Jesus Center na Dinamarca, que treinou discípulos de 30 nações para espalhar o Evangelho ao redor do mundo.

Segundo a CBN News, quando deixou a Dinamarca em 2019 com sua família, devido a perseguição religiosa, o evangelista continuou seu ministério na América. 

No dia 30 de junho de 2022, o Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) cancelou a isenção de visto de Søndergaard sem o seu conhecimento e o prenderam. 

No primeiro momento, as autoridades lhe informaram que a prisão se deu por acusações falsas de contrabando de armas. Em seguida, foi alterado com a alegação de ultrapassar o prazo de validade do visto.

Ele foi preso em uma prisão do Departamento de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE), a Baker County Facility em MacClenny, Flórida, onde passou os primeiros 10 dias em confinamento solitário. 

O evangelista contou que foi obrigado a usar um macacão vermelho, que é usado para identificar presidiários violentos e de alto risco, apesar de não ter antecedentes criminais. 

Após 412 dias de prisão, mais de um ano, Søndergaard foi deportado de volta para a Dinamarca, de onde saiu imediatamente para se reunir com sua família em outra nação não revelada.

“Eu diria que foi realmente a melhor escola bíblica em que já frequentei. Não quero passar por isso de novo, mas sou grato pelo que Deus fez durante esse período”, concluiu Søndergaard.

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