Vítima do 11 de Setembro sobreviveu a 1% de chance de vida: ‘Foi a graça de Deus’

O tenente-coronel Brian Birdwell estava no Pentágono quando o 3º avião atingiu o quartel-general das Forças Armadas dos EUA.

Brian Birdwell e o Pentágono após ser atingido em 11 de Setembro (Foto: Brian Birdwell)

Os ataques terroristas em 11 de Setembro de 2001, que tiraram a vida de quase 3.000 pessoas, permanecem vivos na memória de muitas pessoas. Um deles é o tenente-coronel aposentado Brian Birdwell, que estava em seu escritório no Pentágono naquele dia.

Além dos dois aviões lançados contra o World Trade Center, na cidade de Nova York, uma terceira aeronave colidiu com a fachada oeste do Pentágono, localizado no condado de Arlington, na Virgínia, e um quarto avião que havia sido sequestrado caiu em um campo próximo a Shanksville, Pensilvânia.

Chamado de 11 de Setembro, os atos terroristas continuam a ser o mais mortífero da história mundial, mesmo vinte e dois anos depois.

As imagens dos aviões colidindo nas Torres Gêmeas puderam ser vistas ao vivo por milhões de pessoas no mundo inteiro.

Em meio às milhares de mortes, surgiram milagres como o vivido por Brian, que relata sua história de fé, perseverança e graça de Deus em uma entrevista ao Kentucky Today.

Uma das vítimas no Pentágono

Brian estava em seu escritório no Pentágono em 11 de setembro de 2001, junto com dois funcionários civis que trabalhavam em seu escritório. Eles testemunharam pela TV os aviões atingindo as Torres Gêmeas.

Naquele momento, eles interromperam suas atividades e começaram a orar pelas pessoas nas torres, por suas famílias e pelos socorristas. Em seguida, Brian saiu do escritório para ir ao banheiro.

Brian conta que ao abrir a porta do banheiro para voltar ao escritório, um avião atingiu o prédio do Pentágono. Duas mulheres em seu escritório morreram instantaneamente e Brian ficou gravemente ferido.

As queimaduras cobriram 60% de seu corpo – metade delas eram de terceiro grau. Ele diz que, ao olhar para baixo, viu sua carne pendurada em seu corpo.

As lesões também foram internas. A temperatura que ele respirava e a inalação de combustível de aviação, causou sérios danos nos pulmões de Brian.

Devido a danos no ouvido interno, seu senso de equilíbrio foi destruído. Ele não conseguia se levantar e andar, não conseguia engatinhar. Ele disse que esses minutos pareciam durar uma eternidade.

‘Me rendi a Jesus’

Brian conta que sua situação era tão grave que estava pronto para morrer.

“Eu me rendi – eu disse: 'Jesus, estou indo ver você.' Aceitei essa realidade, desabei e quis morrer. Eu percebi a finalidade da morte. Enquanto estava ali deitado, pensei que a próxima vez que veria minha esposa e meu filho estariam na eternidade com o Senhor.” Ele aguardava ansiosamente para ouvir as palavras: “Muito bem, servo bom e fiel”.

Mas não foi como ele pensou e até desejou. Brian diz que a partir dali começou uma série de milagres.

O Senhor colocou as pessoas certas no lugar certo na hora certa. Ele disse que isso mostra “o quanto o Senhor realmente está no comando”.

Ao longe, ele conseguiu ver quatro homens buscando por sobreviventes entre as 125 pessoas naquela parte do edifício.

Brian disse ao Kentucky Today que enquanto tentavam movê-lo, pedaços de seus braços e pernas foram arrancados de suas mãos. “Eu disse a eles para me deixarem lá para morrer, apenas me tocar era angustiante.”

Versículos bíblicos

Brian foi transferido do local para um centro médico – ele foi uma das cinco ou seis vítimas na época.

“O médico veio até mim primeiro; minha experiência me disse que eu era o pior. Eu tremia violentamente, uma mulher recitava o Salmo 23, o Salmo 91 e o Pai Nosso.”

Brian foi a única vítima que chegou ao Hospital Universitário de Georgetown. A enfermeira que o acompanhava era uma reservista que estava passando apenas duas semanas no Pentágono, e o único hospital onde ela sabia como chegar era Georgetown.

O médico assistente havia acabado de passar dois anos trabalhando em um centro de trauma. “Se eu viveria ou morreria ainda não havia resposta”, disse Brian.

Ele conta que o capelão do hospital conduziu uma rápida oração. “Eu sabia quem estava realmente no comando porque entreguei meu coração e minha vida aos 10 anos a Jesus Cristo.

“Foi com a força – não de um soldado, mas de conhecer o comandante-chefe da minha eternidade, que pude dizer: vamos em frente.”

Brian passou por 39 cirurgias para reconstruir e reconstruir seu corpo nos quatro anos seguintes.

Os meses que se seguiram foram extremamente dolorosos, ele relembra: “Um sobrevivente de queimadura conhece a intensidade da dor – o que pode ser feito para sobreviver é pior do que o que aconteceu com você.”

1% de chance

Três meses mais tarde, em 12 de dezembro de 2001, durante as primeiras horas da manhã, o general de três estrelas James B. Peake entrou no quarto de Brian perguntando à sua esposa Mel se o filho deles já havia visitado o pai. “Você precisa trazê-lo aqui o mais rápido possível”.

O general sabia que Brian, agora três meses após o dia dos ataques, tinha 1% de probabilidade de sobrevivência.

“Ele (o general Peake) sabia que eu estava morrendo… as chances de meu filho me ver antes de eu morrer eram muito limitadas.”

A família ouviu o conselho e o menino, na época com 12 anos, entrou na sala, ele disse: “Eu te amo, pai”. Brian apenas murmurou as palavras: “Eu te amo, filho”.

Brian disse que implorou pela misericórdia da morte, “mas o Senhor tinha outro plano. Isso envolveu quatro anos para me recompor.”

Milagre

Ele disse que sobreviver ao impacto inicial e ao incêndio “é um milagre da graça de Deus. Há muitas razões médicas pelas quais eu deveria ter morrido.”

Brian contesta a ideia das pessoas de que ele sobreviveu por causa de sua resistência. “Eu sobrevivi não porque sou o homem mais durão – sobrevivi porque o homem mais durão viveu há 2.000 anos e ainda está no comando e tinha outra coisa em mente para a família Birdwell”, responde.

“Há pessoas que me dizem que tenho um grande limiar de dor, mas em vez disso digo que tenho um Senhor com um grande limiar de graça.”

Brian Birdwell diz que para ele morrer teria sido muito mais fácil do que viver. Mas hoje, como senador do estado do Texas, ele vive para Cristo – contando a todos que pode sobre a “incrível graça e poder do Senhor Jesus”.

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