Após realizarem batismo, 15 missionários e suas famílias são presos na Mauritânia

Um vídeo da cerimônia de batismo acabou circulando nas redes sociais e um grupo de muçulmanos pediu a punição dos cristãos.

Imagem ilustrativa. (Foto: Reprodução/International Mission Board).

O governo da Mauritânia, no noroeste da África, prendeu 15 pastores e suas famílias após realizarem um batismo e serem denunciados por muçulmanos, no mês passado.

De acordo com o International Christian Concern (ICC), um vídeo da cerimônia de batismo acabou circulando nas redes sociais. Um grupo de muçulmanos viu o conteúdo e protestou contra os cristãos, pedindo suas mortes.

As autoridades do país africano atenderam ao pedido de punição dos islâmicos e prendeu os 15 líderes na cidade de Selibaby, no fim de novembro.

A hostilidade ainda atingiu as famílias dos líderes cristãos, 14 delas também foram detidas pelo governo. 

Um líder local relatou que islâmicos da região, onde os cristãos atuavam, pediram que suas casas fossem queimadas.

“De acordo com os muçulmanos, metade da população da aldeia se tornou crente. Eles querem impedir o progresso do Evangelho nesta terra fechada”, disse ele, ao Christian Daily International.

“A polícia prendeu seis líderes no início, mas depois de verificar o telefone de um líder, a polícia encontrou nomes. Eles estão atrás de qualquer nome que encontraram naquele telefone”.

Não está claro quais acusações os cristãos presos enfrentam, já que não existe uma lei que proíba o evangelismo na Mauritânia. Porém, as autoridades não permitem outras expressões públicas de fé, além do islamismo e deixar o islã é punível com a morte.

“O governo mauritano se encontra numa posição delicada, dividido entre os seus compromissos com as reformas dos direitos humanos e uma maior liberdade religiosa, afirmando que as detenções foram feitas para proteger os cidadãos”, explicou o ICC.

Perseguição islâmica

No país de maioria muçulmana, apenas 0,2% da população é cristã. O ambiente restritivo torna impossível a reunião entre os cristãos. 

Os convertidos do islã para o cristianismo sofrem com a hostilidade pois são vistos como traidores religiosos. Dentro da cultura mauritana não há espaço para batismos, casamentos ou funerais cristãos. 

Aqueles que se convertem ao cristianismo também podem enfrentar processos, já que é ilegal deixar o islã. Expressar abertamente a fé cristã é arriscado até para os estrangeiros, pois poderia ser considerado como uma tentativa de converter outros ao cristianismo, o que é considerado um crime.

A Mauritânia está no 20º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2023 da Missão Portas Abertas.

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