Cristãos no Paquistão comemoram Natal, 4 meses após ataques: “É nosso dia mais feliz”

Mesmo após enfrentar perseguição, os seguidores de Cristo se reuniram nas igrejas para orar pela paz.

Celebração de Natal em igreja no Paquistão. (Foto: Reprodução/YouTube/BBC News).

Quatro meses depois da onda de ataques islâmicos contra igrejas e casas de cristãos no Paquistão, a minoria cristã celebrou o Natal em segurança, no final de semana.

Segundo o The Christian Post, em todo o país, igrejas e ruas foram enfeitadas com luzes e árvores para a comemoração natalina. 

Mesmo após enfrentar perseguição violenta, os seguidores de Cristo vestiram seus trajes festivos e se reuniram nas igrejas para orar pela paz e pela unidade, conforme o jornal local Dawn.

Em grandes cidades como Karachi, Islamabad, Lahore e Peshawar, muitas igrejas realizaram cultos especiais de Natal.

Segurança para igrejas

De acordo com o Pakistan Today, o governo facilitou que as celebrações acontecessem, adiantando salários e licenças a funcionários cristãos e garantindo segurança para as igrejas.

“O Natal é o nosso dia mais feliz”, contou o pastor Faheem Shahzad, líder da Igreja Presbiteriana.

“As pessoas vêm às igrejas para assistir às orações e participar de diversas funções. Sou grato a Deus porque as pessoas sempre expressam amor, paz e unidade por meio dessas orações”.

Em agosto de 2023, centenas de pessoas invadiram e atacaram um bairro cristão de Jaranwala, em Faisalabad. 

Os islâmicos ficaram furiosos com os relatos de uma suposta profanação do Alcorão e queimaram cerca de 25 igrejas e casas de fiéis. 

Situação dos cristãos no Paquistão

No Paquistão, vivem aproximadamente 4,2 milhões de cristãos, situados nas fronteiras com o Afeganistão, China, Índia e Irã.

Essa parcela da população representa apenas 1,8% dos 229 milhões de habitantes do país. A maioria esmagadora, correspondendo a 96,5%, pratica o Islã, seguida por 2,1% de hindus.

Oficialmente, a constituição do Paquistão protege os direitos das minorias religiosas. Existem leis contra a conversão forçada e um Plano de Ação Nacional contra o terrorismo inclui medidas por parte das autoridades de aplicação da lei para combater discursos de ódio sectários e o extremismo religioso violento.

No entanto, críticos argumentam que o governo tem falhado em assegurar esses direitos.

A Portas Abertas, uma instituição de caridade cristã que oferece auxílio a igrejas perseguidas globalmente, relata que os cristãos no Paquistão são tratados como cidadãos de segunda classe. 

O país ocupou a 7ª posição na lista global da instituição de caridade, que elenca os lugares mais desafiadores para os cristãos viverem.

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