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| Cristãos seguram cartazes enquanto marcham nas ruas de Abuja durante uma oração e penitência pela paz e segurança na Nigéria em Abuja em 1º de março de 2020. | Kola Sulaimon/AFP via Getty Images |
Terroristas não identificados mataram nesta quinta-feira oito cristãos no estado de Taraba, na Nigéria, depois que outros 13 foram mortos na semana anterior, disseram fontes.
Os agressores atacaram quatro aldeias predominantemente cristãs no condado de Ussa por volta das 4h, disseram moradores.
"Enquanto ainda celebramos o Natal, um evento que nos lembra o nascimento de nosso messias, Jesus Cristo, terroristas muçulmanos atacaram as aldeias de Kpambo, Fikyu, Kpambo-Yashe e Kpambo-Kuri", disse Lami John ao Christian Daily International-Morning Star News em uma mensagem de texto. "Oito cristãos foram mortos durante esses ataques, e a maioria das casas pertencentes aos cristãos foi destruída pelos terroristas."
John, uma vítima dos ataques, fugiu de sua aldeia enquanto os assaltantes atiravam em qualquer pessoa à vista e incendiavam casas, disse ela.
Outro morador da área, Bulus Andeyake, disse que os oito cristãos mortos eram agricultores.
"A maioria dos agricultores cristãos não pode ir a suas fazendas para colher suas colheitas porque esses terroristas se escondem em arbustos matando cristãos que eles veem trabalhando em fazendas", disse Andeyake em uma mensagem de texto. "É arriscado irmos às nossas fazendas. Na área de governo local de Ussa, muitos cristãos foram mortos por terroristas muçulmanos."
Na semana anterior, 13 agricultores cristãos foram mortos na aldeia de Jenuwagida, no condado de Ussa, disse ele.
Rikupki Urenyang Joshua, representante na Assembleia Estadual de Taraba, disse em um comunicado à imprensa na sexta-feira que ataques contínuos resultaram na morte de mais de 500 cristãos no condado de Ussa nos últimos anos.
"Os assassinos chegam dos Camarões através das comunidades fronteiriças e continuam a lançar ataques contra as nossas comunidades vulneráveis", disse.
O governo nigeriano e as agências de segurança falharam em tomar medidas proativas para evitar os ataques de terroristas, disse ele. "O governo federal da Nigéria está sendo chamado a enviar tropas para as comunidades afetadas, a fim de reduzir as atividades dos terroristas."
David Jimkuta, senador da região do Parlamento nigeriano, a Assembleia Nacional, também disse na sexta-feira que centenas de pessoas foram mortas e mais de 50 aldeias destruídas nos condados de Ussa e Takum em um período de três meses.
"É bastante triste que um total de 50 aldeias nas áreas de governo local de Ussa e Takum estejam em ruínas por causa de ataques realizados por terroristas contra cristãos", disse Jimkuta. "Infelizmente, nossas agências de segurança parecem fingir ignorância sobre onde esses terroristas estão sendo encontrados. A verdade é que as agências de segurança sabem onde estão esses terroristas; que expulsem esses terroristas de seu enclave".
Um estado de emergência deve ser declarado nas áreas de Takum e Ussa, disse ele.
"Tal declaração abriria caminho para que medidas essenciais fossem tomadas, permitindo que os cristãos que sobreviveram à carnificina retornassem às suas terras agrícolas e começassem a reconstruir suas vidas", disse Jimkuta.
Dois cristãos teriam sido sequestrados por terroristas em 24 de dezembro. A moradora da área, Lynn Adda, os identificou como Ishaya Dimas Dila, uma ex-funcionária do conselho, e o outro apenas como Begwa.
A Nigéria liderou o mundo em cristãos mortos por sua fé em 2022, com 5.014, de acordo com o relatório da Lista Mundial da Perseguição de 2023 da Portas Abertas. Também liderou o mundo em cristãos sequestrados (4.726), agredidos sexualmente ou assediados, casados à força ou abusados física ou mentalmente, e teve o maior número de casas e empresas atacadas por razões religiosas. Como no ano anterior, a Nigéria teve o segundo maior número de ataques a igrejas e deslocados internos.
Na Lista Mundial da Perseguição de 2023 dos países onde é mais difícil ser cristão, a Nigéria saltou para o sexto lugar, sua melhor classificação de todos os tempos, do 7º lugar no ano anterior.
"Militantes do Fulani, do Boko Haram, da Província da África Ocidental do Estado Islâmico (ISWAP) e outros realizam ataques a comunidades cristãs, matando, mutilando, estuprando e sequestrando para resgate ou escravidão sexual", observou o relatório da WWL. "Este ano também vimos essa violência se espalhar para o sul do país, de maioria cristã... O governo da Nigéria continua a negar que se trate de perseguição religiosa, por isso as violações dos direitos dos cristãos são realizadas impunemente."
Somando milhões em toda a Nigéria e no Sahel, os Fulani predominantemente muçulmanos compreendem centenas de clãs de muitas linhagens diferentes que não têm visões extremistas, mas alguns Fulani aderem à ideologia islâmica radical, observou o Grupo Parlamentar de Todos os Partidos para a Liberdade ou Crença Internacional (APPG) do Reino Unido em um relatório de 2020.
"Eles adotam uma estratégia comparável ao Boko Haram e ao ISWAP e demonstram uma clara intenção de atingir cristãos e símbolos potentes da identidade cristã", afirma o relatório da APPG.
Líderes cristãos na Nigéria disseram acreditar que os ataques de pastores às comunidades cristãs no Cinturão Médio são inspirados por seu desejo de tomar à força as terras dos cristãos e impor o Islã, já que a desertificação dificultou o sustento de seus rebanhos.