Vijayalakshmi Chavhan e seu esposo Ashok foram agredidos em uma delegacia por moradores da região.
Casal indiano. (Foto: Ilustração/Portas Abertas)
Na última terça-feira (23), uma multidão de 300 pessoas espancou e ameaçou matar um casal cristão em uma delegacia no estado de Karnataka, na Índia.
Vijayalakshmi Chavhan foi falsamente acusada de conversão forçada, ela e seu marido Ashok, residentes da aldeia de Uppaladinni, foram agredidos e a polícia não impediu o ataque, segundo o Christian Solidarity Worldwide (CSW).
“Isto faz parte de uma tendência crescente de hostilidade social contra as minorias religiosas em toda a Índia, que as autoridades devem abordar com a maior urgência”, disse Mervyn Thomas, presidente fundador da CSW.
“A CSW está preocupada com os cristãos em Uppaladinni que foram assediados e atacados por causa das suas crenças”, acrescentou.
Conversões religiosas são consideradas crime com penas de prisão de anos e multas monetárias em Karnataka e em outros 11 estados do país de maioria hindu.
Na Índia, o aumento da perseguição aos cristãos levou a Comissão de Ética e Liberdade Religiosa (ERLC) da Convenção Batista do Sul e outros grupos a instar o Departamento de Estado dos EUA a qualificar o país como um local de “preocupação particular por violações sistemáticas, contínuas e flagrantes da liberdade religiosa”.
“A ERLC está profundamente entristecida ao ouvir sobre os maus-tratos sistemáticos de nossos irmãos e irmãs em Cristo na Índia”, afirmou Palmer Williams, conselheiro geral e conselheiro político sênior da ERLC, à Baptist Press.
As acusações ao casal
Chavhan é uma profissional da área da saúde, devido ao trabalho, ela costumava entrar na casa das pessoas para realizar atividades comunitárias. Com isso, os moradores de Uppaladinni a acusaram de converter à força os aldeões.
À medida que as acusações se espalhavam pela comunidade, a polícia levou o casal para a delegacia com a intenção de resolver a situação. No entanto, eles foram atacados.
A condição do casal após a agressão não foi informada, porém a polícia prendeu seis homens identificados como membros da comunidade Banjara, uma tribo indígena semi-nômade.
De acordo com o CSW, a violência da multidão na delegacia contra o casal foi um dos casos contínuos de perseguição aos cristãos neste mês, na vila de Uppaladinni.
Por cerca de quatro dias, o serviço público local cortou a energia elétrica e a água de três famílias que frequentam a igreja com o casal. Eles também foram ameaçados de morte publicamente se continuassem a seguir Jesus, assim como Chavhan.
Segundo a missão Portas Abertas, a violência contra cristãos é frequentemente atribuída aos radicais Hindutva. Na Lista Mundial da Perseguição de 2024, a Índia ocupa o 11º lugar mais perigoso para os cristãos.