Leila superou os traumas de infância e encontrou a paternidade de Deus.
Leila. (Reprodução/Revive) |
Leila foi liberta da prostituição e do vício em drogas após clamar a Jesus. Hoje, ela encoraja outras pessoas a viverem uma nova história com Deus
Aos 8 anos, ela foi abusada sexualmente e não tinha os pais presentes para lhe dar suporte. O desejo por uma figura paterna fez com que Leila procurasse alguém para preencher esse vazio.
“Me lembro de ser bastante vulnerável quando menina, porque ansiava por alguém que pudesse me proteger como um pai”, disse Leila enquanto contava seu testemunho na Credo Church Amsterdam.
“Acabei sendo abusada sexualmente e, por não saber de nada, experimentei isso como amor. Isso também resultou em uma imagem distorcida da sexualidade”, acrescentou.
Aos dez anos, Leila e sua mãe se mudaram para o Brasil. No país, ela passou a frequentar a igreja: “Agora sei que Deus realmente me protegeu. Lembro que achei maravilhoso o fervor com que as orações foram feitas. Adorei ver que as pessoas e as músicas eram sempre de alegria”.
No entanto, cinco anos depois, ela e a mãe voltaram para a Holanda. Leila não se adaptou às diferenças da igreja holandesa.
“Foi um choque cultural, eu me sentia em casa no Brasil. Lá havia uma igreja na esquina de cada rua e em Amsterdã esse não era o caso”, contou ela.
Influências erradas
Leila era ingênua e devido aos abusos anteriores, ainda tinha a visão distorcida do amor. Tempo depois, ela se envolveu com um rapaz e foi forçada a trabalhar na prostituição.
Após meses de exploração, ela conseguiu fugir. Mas estava viciada em drogas e para sustentar o vício, retornou: “Primeiro usei drogas para trabalhar, depois trabalhei para usar”.
Aos 21 anos, Leila engravidou de uma menina e pensou que a filha poderia ser sua salvação.
“Ela veio como um presente do céu. Parei de usar drogas e pude morar novamente com minha mãe. Consegui ficar limpa porque sabia que havia vida na minha barriga”.
Depois do nascimento da bebê, ela teve uma recaída que durou anos: “Eu via minha filha ocasionalmente, mas só estava lá fisicamente. Senti que falhei como mãe e como pessoa. Perdi minha identidade”.
Luz na escuridão
Leila contou que nos momentos mais difíceis de sua vida clamou a Deus. “Me lembro de uma época em que gritava quase todos os dias: 'Deus, se você está aí, segure minha mão'.”
Um dia, ela entrou em contato com uma clínica de recuperação e viu que ainda havia esperança para sua vida.
“Até hoje, uma das coisas mais especiais da minha jornada com Deus, foi o telefonema que recebi daquela clínica. Imediatamente eu concluí que devia ser Ele”, relembrou ela.
Na clínica, Leila teve uma visão onde Deus lhe mostrava que em um ano, ela seria batizada e contaria seu testemunho na igreja.
Essa experiência com o Senhor lhe deu forças para continuar se recuperando e confiando na promessa de Deus. Quando concluiu o processo, ela reencontrou a filha, reconstruiu seu lar e procurou uma igreja para frequentar em Amsterdã.
“Encontrei o Credo Church e, na primeira vez que entrei, sabia que aquela era a casa que queria ficar”, afirmou Leila.
Na igreja, ela conheceu Maurice, um homem que se tornou seu “companheiro de fé”.
O batismo
Tempo depois, a igreja anunciou um culto de batismo e Leila não hesitou em ser batizada.
“Recebi a oportunidade para viver plenamente com Ele e para Ele, e depois do meu batismo a transformação aconteceu muito rapidamente. Todos os velhos padrões foram quebrados. Recebi cura, libertação e restauração em meu relacionamento com minha filha”, testemunhou ela.
“Tudo o que o inimigo tentou destruir, Deus transformou. Hoje, posso dizer que estou limpa e salva. Estou curada e restaurada. Estou livre de obsessões e não sou mais escrava do meu passado pecaminoso. Tudo é novo e através disso posso falar o que Deus tem feito na minha vida”, acrescentou.
Através da organização cristã “Scharlack Encord", que apoia ex-prostitutas, Leila fez um curso e se tornou uma especialista para trabalhar com essas mulheres.
“O que a Scharlack Encord fez por mim, também quero fazer pelos outros. Através da igreja, pude iniciar um ministério para mulheres com histórico prejudicado. Eu realmente senti o desejo de criar um grupo onde elas se sentissem seguras para compartilhar experiências e edificar umas às outras na fé”, afirmou Leila.
E concluiu: “Não vivo mais para mim e atualmente existe um movimento em que as pessoas estão se levantando. Acredito que este movimento fluirá como um rio”.