China obriga igreja a retirar cruzes do templo por suposto ‘risco de segurança’

Para a comunidade local, a ação do governo não teve qualquer fundamento, pois as cruzes não representavam nenhum tipo de perigo.

Cruz sendo retirada do topo do prédio da Igreja Cristã de Chengdong, em 2019. (Foto: Reprodução/ChinaAid)

Uma igreja cristã que fica na cidade de Huainan, província chinesa de Anhui, recebeu uma notificação do governo comunista para remover as cruzes do templo.

Os oficiais alegaram supostos “riscos de segurança”. Uma das cruzes faz parte do espaço religioso há quarenta anos.

O comitê de gestão de nível local, controlado pela ditadura de Xi Jinping, ordenou que a comunidade Wangfenggang retirasse as duas cruzes, uma que ficava no telhado e outra na entrada da igreja. 

Conforme notícias da Gazeta do Povo, não houve relatório de avaliação de segurança elaborado por pessoal atualizado dos departamentos relevantes.

‘Sem qualquer fundamento’

Segundo os responsáveis ​​pela comunidade, a cruz localizada na cobertura do templo foi construída de acordo com os projetos de construção e, após a conclusão, foi submetida a testes e inspeção pelos departamentos competentes.

Ela está em uso há cinco anos, desde que foi aprovada na inspeção. Já a cruz que fica na entrada da igreja está em uso há mais de quarenta anos sem problemas de segurança.

Para a comunidade, o comitê concluiu o “risco de segurança” sem qualquer fundamento. Nos últimos trinta anos, a ditadura chinesa permitiu que as cruzes fossem usadas como símbolos de igrejas cristãs ou locais de encontro tanto na China urbana como rural.

Mas, a partir de 2014, a situação de tolerância religiosa começou a ser duramente reprimida de forma mais abrangente. O regime de Xi começou primeiro a remover cruzes das igrejas na cidade de Yuyao, província de Zhejiang, onde há uma grande população de cristãos.

Nos três anos seguintes, mais de mil cruzes foram removidas da província de Zhejiang. A campanha de remoção de itens sagrados se estendeu posteriormente a províncias como Henan, Anhui e Jiangxi e também afetou regiões como Shandong e Xinjiang, também regiões que concentram boa parte dos cristãos no país.

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