John Sanqiang Cao foi preso em março de 2017, acusado falsamente de “organizar travessias ilegais de fronteira” para Mianmar.
Pastor John Cao. (Foto: Reprodução/ChinaAid) |
O pastor John Sanqiang Cao foi libertado após passar 7 anos preso em Kunming, na China.
De acordo com a Stichting de Ondergrondse Kerk (SDOK), uma organização que apoia cristãos perseguidos, no dia 3 de março, Cao retornou para sua casa na província de Hunan, para junto de sua família.
John é um pastor americano-chinês que viveu nos Estados Unidos durante anos. Ele é casado com uma cidadã americana e tem dois filhos.
Por mais de 20 anos, o pastor trabalhou na China Central e Meridional estabelecendo escolas para crianças pobres e, em 2013, começou a fornecer ajuda humanitária para o povo Wa, perto da fronteira entre Mianmar e China.
Cao e sua equipe criaram 16 escolas para ajudar a educar mais de 2.000 crianças nessa área. Parte do currículo da escola foi tirado diretamente da Bíblia, e o pastor recrutou professores cristãos para compartilhar o Evangelho com os alunos e seus pais.
Falsa acusação
Depois de anos viajando entre a China e Mianmar sem impedimentos, o líder foi preso ao regressar à China em 5 de março de 2017.
Ele foi falsamente acusado de “organizar travessias ilegais de fronteira”, acusação normalmente usada para condenar traficantes de seres humanos, e está na prisão desde então.
Se acredita que John foi detido pelo governo comunista por seu envolvimento com igrejas domésticas no país.
Manteve a fé na prisão
Em 2019, sua esposa Jamie Powell relatou que o esposo estava com a saúde afetada na prisão.
“Desde sua detenção, meu marido sofreu um rápido declínio em sua saúde. Ele perdeu mais de 20 quilos. Ele não conseguiu se comunicar comigo e com nossos filhos. Viajei com meus filhos para lá e não nos permitiram vê-lo”, denunciou ela.
Durante sua pena, o pastor perseguido manteve a fé firme e chegou a escrever poemas cristãos.
“Oro diariamente pelos meus irmãos e irmãs em Cristo e por tudo o que está acontecendo no mundo”, disse ele, em 2020.
Perseguição na China
A perseguição aos cristãos na China está crescendo em ritmo acelerado. O país lidera o ranking com o maior número de igrejas fechadas, conforme a Lista Mundial da Perseguição 2024, da Portas Abertas.
O regime de Xi Jinping é responsável pela detenção arbitrária de vários pastores. Há relatos de torturas e maus tratos contra cristãos, o que fere o direito à liberdade religiosa no país.