O ataque ocorreu depois que cristãos locais receberam licença para construir uma nova igreja em Minya.
Imagem Ilustrativa. (Foto: Unsplash/Thomas Ehling) |
Na última terça-feira (23), extremistas islâmicos incendiaram várias casas e lojas de cristãos na aldeia de Al-Fawacher em Minya, no Egito.
O ataque ocorreu depois de se espalhar a notícia de que os residentes da aldeia, que acomoda 3.000 famílias cristãs, tinham obtido uma licença para construir uma igreja.
Alguns associados à congregação receberam ameaças após a emissão da licença de construção. Então, Abna Makarios, bispo de Minya, alertou as autoridades.
“Acredita-se que os ataques tenham sido desencadeados por uma tentativa de construção de uma nova igreja na aldeia de Al-Fawacher, em Minya, confrontada com a rejeição violenta dos seus vizinhos muçulmanos”, afirmou uma fonte da Igreja Copta Ortodoxa do Egito ao The New Arab.
“Quando os fanáticos religiosos não conseguiram expulsar os cristãos das suas casas como forma de punição, os extremistas [supostamente] incendiaram as suas casas enquanto ainda estavam lá dentro”, acrescentou a fonte que não quis se identificar por segurança.
Apesar das promessas de segurança por parte das forças policiais, o pedido de ajuda dos cristãos locais ficou sem resposta à medida que o ataque se desenrolava.
Segundo o International Christian Concern, as autoridades informaram que não houve mortes.
Perseguição local
O ataque é o mais recente caso de violência contra a minoria religiosa na região.
Os cristãos do Egito, conhecidos como “coptas”, lutam há anos para exercerem direitos iguais aos da maioria muçulmana e de construir livremente novos locais de culto.
De acordo com o The New Arab, a Iniciativa Egípcia para os Direitos Pessoais registou pelo menos 77 ataques a cristãos entre 2011 e 2016 em Minya, que acolhe a maioria dos crentes do país. O próprio bispo Makarios sobreviveu a uma tentativa de assassinato há mais de uma década.
Os cristãos estão supostamente proibidos de ocupar cargos ministeriais soberanos ou cargos sensíveis em agências de segurança. Além disso, não podem concorrer legalmente às eleições presidenciais e são legalmente forçados a seguir a lei islâmica na maioria dos casos.
O Egito ficou em 38º lugar na Lista da Perseguição Mundial 2024 da Missão Portas Abertas dos 50 países onde é mais difícil ser cristão.