Mehwish foi atacada, ameaçada e exposta a diversos constrangimentos por um colega de trabalho muçulmano.
Mulher paquistanesa. (Foto: Ilustração/Global Christian Relief) |
Mehwish*, uma professora paquistanesa começou a ser perseguida após conseguir um emprego em uma faculdade local para mulheres para dar aulas de ciências políticas. No entanto, este marco significativo em sua carreira lhe trouxe muitos problemas por sua fé em Jesus.
Ela vem de uma família cristã vulnerável e de uma minoria religiosa marginalizada. Então, se tornou vítima de discriminação religiosa e ódio na instituição de ensino superior. Em vez de trazer estabilidade à sua família, o seu trabalho gerou ameaças a eles e à sua vida.
A discriminação começou quando os seus colegas de trabalho marcaram seu copo com um “C”, significando a sua identidade cristã. Essas xícaras foram marcadas porque a maioria muçulmana alegou que não usaria as mesmas xícaras que um cristão – citando razões religiosas para evitá-las.
“Quando percebi que minhas xícaras tinham o 'C' marcado, um dia escondi propositalmente aquelas xícaras para ver se ainda me serviriam de outras xícaras. Mas, naquele dia, não me serviram chá. Eles não queriam manchar as outras xícaras. Fiquei chocada e estressada ao saber de tal ódio religioso contra nós, especialmente entre os meus colegas instruídos”, disse ela ao Global Christian Relief.
“Essa discriminação afetou meu trabalho, minha energia e minha saúde mental”, acrescentou.
Assédio
Embora esta discriminação tenha magoado, a situaçãao se agravou quando ela enfrentou um assédio crescente por parte de um colega muçulmano chamado Farhan. Como outras mulheres cristãs paquistanesas, Mehwish cobre a cabeça devido à cultura local.
Por alguma razão, essa atitude enfureceu Farhan. Ele a confrontou e começou a assediá-la exigindo que ela descobrisse a cabeça, pois não era uma “verdadeira crente” do Islã.
Mehwish defendeu firmemente a sua escolha e fez várias queixas à administração, mas foi ignorada.
“Depois da minha última palestra diária, muitas vezes eu ficava sozinha na sala dos professores, esperando transporte. Farhan ficava ali intencionalmente, aproveitando a oportunidade para me assediar quando eu estava sozinha. Fiquei com medo de que seu assédio se transformasse em agressão. Apesar das minhas reclamações à administração, eles apenas ajustaram os horários da minha última palestra”, contou a cristã.
E continuou: “O assédio de Farhan só se intensificou depois da minha reclamação. Surpreendentemente, minhas colegas não me apoiaram e, em vez disso, ficaram do lado dele. Ele os manipulou alegando que queria se casar comigo e me converter à sua religião. Ele até transformou isso em um dever religioso, prometendo bênçãos àqueles que apoiassem sua causa de conversão de não-crentes”.
Mesmo enfrentando diversos casos de intolerância religiosa, a professora permaneceu firme na fé.
Ela rejeitou as ofertas do muçulmano e se recusou a negar Jesus. Farhan ficou cada vez mais frustrado com a fé inabalável de Mehwish em Cristo e em seus ensinamentos.
Ameaças à família
Depois de ver que todas as suas iniciativas para converter Mehwish ao Islã falharam, Farhan passou a ameaçar a colega de trabalho.
Um dia, durante o trajeto para casa, Mehwish foi atacada por um grupo de estudantes universitários e por pouco, conseguiu escapar ilesa.
Naquela noite, ela recebeu uma ligação de Farhan, que assumiu a responsabilidade pelo ataque e fez ameaças contra a segurança dela, caso a cristã continuasse a rejeitar suas ofertas.
Na manhã seguinte, Mehwish relatou o incidente ao diretor da faculdade. No entanto, seu relatório foi recebido com apatia.
“O diretor da faculdade me disse que eles só eram responsáveis pela minha segurança dentro das instalações da faculdade e não poderiam fazer nada se algo acontecesse fora das instalações da instituição”, compartilhou ela.
Tempo depois, Farhan, junto com um grupo de bandidos, atacou e vandalizou a casa de Mehwish, e ameaçou a cristã publicamente.
Segundo o Global Christian Relief, ele exigiu que ela aceitasse sua proposta de casamento e se convertesse à sua religião. O muçulmano também distorceu frases religiosas para justificar seus ataques, retratando suas propostas e tentativas de convertê-la como um ato justo.
Consolo na Palavra de Deus
A família de Mehwish não teve outra escolha a não ser mandá-la embora da cidade por segurança. Ela precisou pedir demissão do trabalho e se sentiu frustrada por renunciar seus sonhos.
“Em meus dias de isolamento, enquanto estava ausente para minha segurança, recorri à oração e à palavra de Deus. Suas palavras me deram coragem nos momentos mais fracos”, declarou a cristã perseguida.
“Depois de meses de isolamento e reflexão, Deus renovou meu propósito. Ele transformou a minha fraqueza como professora paquistanesa perseguida em força, e resolvi defender as mulheres da minha comunidade”, acrescentou.
Mehwish começou a servir e defender os direitos das mulheres cristãs perseguidas ao lado de outros líderes da igreja.
Hoje, ela se destaca como uma forte defensora das vítimas de conversões forçadas, casamentos infantis, assédio e estupro, oferecendo apoio, orientação e incentivo.
Mehwish garante que as vítimas se posicionem de forma apropriada contra os seus opressores, aproveitando as suas próprias experiências e a Palavra de Deus para capacitar outros.
Com a orientação de Deus, ela encontrou um propósito ao servir a sua comunidade e lutar pela justiça.
*Nome alterado por motivo de segurança