Um grupo de 40 moradores exigiram que os cristãos parassem o culto e fechasse a igreja, em uma aldeia no país comunista.
Igreja doméstica no Laos. (Foto: Portas Abertas). |
Uma multidão invadiu um culto de uma igreja doméstica e derrubou as paredes e queimou Bíblias e hinários, recentemente, em uma aldeia no Laos.
De acordo com a Missão Portas Abertas, 60 cristãos estavam reunidos com o pastor Phasouk* para cultuar a Deus quando foram surpreendidos por um grupo de 40 moradores furiosos, formado por guardas, anciãos, mulheres e jovens.
O chefe da aldeia exigiu que os cristãos parassem o culto e fechassem a igreja. Porém, os fieis continuaram adorando até que o chefe gritou: “Parem o encontro agora! Vocês não têm permissão para adorar a Deus aqui!”.
Neste momento, a multidão furiosa derrubou as paredes da casa e incendiou Bíblias e hinários.
Os moradores só foram embora após não ter mais nada para destruir na igreja doméstica. Antes de sair, eles ameaçaram:
“Se vocês continuarem a se reunir nesta casa ou em nossa aldeia, da próxima vez, iremos incendiar esta casa”, disseram.
Depois do ataque, o pastor Phasouk recebeu apoio de parceiros locais da Portas Abertas. Mesmo enfrentando perseguição, o líder declarou que os crentes vão continuar cultuando a Deus.
“Mesmo que eles voltem e tentem nos expulsar novamente, não sairemos deste lugar. Vamos lutar pelos nossos direitos”, afirmou, em entrevista à Portas Abertas.
“Continuaremos a ter comunhão como tínhamos no passado. Só partiremos se eles nos fornecerem um lugar onde possamos adorar ao Senhor. Mesmo que seja fora da aldeia, está tudo bem para nós”.
Sem saber o que enfrentará no futuro, o líder disse que continuará confiando no Senhor.
“Peço ao Senhor que forneça a ajuda de que precisamos por meio de nossa fé. Somos abençoados por ter o Senhor habitando neste lugar, ele nos torna frutíferos em cada incidente”, concluiu.
Perseguição no Laos
O Laos ficou em 31º na Lista Mundial da Perseguição de 2023 da Portas Abertas dos países onde é mais difícil ser cristão. As autoridades comunistas consideram a maioria dos cultos “reuniões ilegais” e os crentes vivem sob intensa investigação.
“No Laos, algumas igrejas são registadas e fortemente monitorizadas, mas outras não conseguem obter permissão para se reunirem e têm de operar secretamente”, informou o relatório da Portas Abertas.
E continuou: “Os líderes de igrejas não registradas foram presos e detidos durante um ano. As suas famílias e igrejas precisam pagar multas por sua libertação. Na maioria dos casos, as autoridades locais são a fonte da perseguição, cooperando frequentemente com a comunidade e as famílias”.
*Nome alterado por motivos de segurança.