O pastor Hkalam Samson foi detido novamente após passar 16 meses na prisão.
Hkalam Samson e sua esposa. (Foto: Reprodução/Baptist Press) |
O pastor Hkalam Samson, ex-chefe da Convenção Batista e presidente da Assembleia Consultiva Nacional, ambas do estado de Kachin, em Mianmar, estava entre os 3.300 prisioneiros que foram libertados, na última quarta-feira (17).
No entanto, poucas horas depois de ter sido libertado da prisão, o pastor foi detido pelas autoridades sob anistia do governo militar.
Samson foi recebido pela família e amigos fora do portão da prisão em Myitkyina, capital do estado. Porém, por volta das 22h, as forças de segurança foram à sua casa e o levaram.
Um parente, que falou sob condição de anonimato porque temia ser preso pelas autoridades, relatou que membros de sua família foram informados pelas autoridades de que o estavam levando temporariamente para sua segurança.
A fonte acrescentou que a família, amigos e membros de outras comunidades cristãs locais estavam buscando informações atualizadas para libertá-lo.
Um membro da Convenção Batista de Kachin afirmou à Associated Press que a esposa de Samson, Zung Nyaw, e um membro do Grupo de Criação de Conversas de Paz com sede em Kachin foram levados junto com ele para a prisão de Myitkyina, onde Samson esteve detido durante 16 meses.
O membro da Convenção Batista, que também não quis se identificar, disse que os três foram levados após serem informados de que precisavam responder a algumas perguntas. Segundo ele, nenhuma explicação adicional foi dada.
Perseguição no país
Em 2019, o pastor que é conhecido como um ativista proeminente no país, fez parte de uma delegação que se encontrou com o ex-presidente dos EUA, Trump, na Casa Branca para discutir o abuso dos militares em relação às minorias étnicas e religiosas.
Ele foi detido em dezembro de 2022 enquanto se preparava para viajar para a Tailândia e, em abril do ano passado, foi condenado a seis anos de prisão após por violação de leis sobre associação ilegal, incitação e contraterrorismo.
Segundo o Religion News Service, os cristãos representam cerca de 6% da população de maioria budista em Mianmar.
Ativistas afirmam que as religiões minoritárias, incluindo os cristãos, têm sofrido constantes perseguições em Mianmar desde a tomada do poder pelo exército em 2021, quando os militares depuseram o governo eleito de Aung San Suu Kyi e reprimiram protestos não violentos, desencadeando uma resistência armada que levou à guerra civil.
Mianmar ficou em 17º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2024 da Missão Portas Abertas dos lugares mais difíceis para ser cristão.